Dados do Trabalho


Título

Epidemiologia da Febre Oropouche no Brasil: histórico de epidemias e perspectivas

Introdução

A Febre Oropouche é uma zoonose endêmica das regiões tropicais da América do Sul e Central e possui como agente etiológico o Vírus Oropouche (OROV). É um arbovírus que tem como vetor primário o ceratopogonídeo Culicoides paraensis. A Febre Oropouche possui um quadro febril indiferenciado que pode ser confundido com outras arboviroses como Dengue, Zika e Chikungunya.

Objetivo (s)

Analisar o histórico de surtos e epidemias da Febre Oropouche no Brasil.

Material e Métodos

Foi realizada uma revisão bibliográfica com abordagem exploratória em bases de dados, levantando questões quanto ao histórico de surtos e epidemias e número de casos humanos.

Resultados e Conclusão

O OROV foi isolado pela primeira vez em Trinidad e Tobago em 1955 a partir do sangue de um homem com quadro clínico febril. Desde então, estimam-se em cerca de 500 mil casos distribuídos em mais de 30 surtos e epidemias, dos quais alguns episódios apresentaram alto número de notificações/estimativa, que se destacam: Belém, PA, 1961 (n= 11 mil casos); Bragança, PA, 1967 (n= 6 mil); Santarém, PA,1975 (n=14 mil); Belém, PA, 1979 (n=100 mil); Manaus, AM, 1980 (n=97 mil); Ariquemes e Ouro Preto do Oeste, RO, 1991 (n= 94 mil); Magalhães Barata e Maracanã, PA, 2006 (n= 17 mil). Recentemente, casos têm sido registrados em estados e municípios pela primeira vez: Salvador, BA, 2020 (n= 5 casos); Teresina, PI, 2021 (n= 1); Porto Velho, RO, 2023 (n= 8); Rorainópolis, Caroebe, São João da Baliza, Cantá e Bonfim, RR, 2023 (n= 26). No Brasil, análises filogenéticas identificaram quatro genótipos do vírus (I, II, III e IV) e, antes das epidemias de Zika e Chikungunya, a Febre Oropouche era considerada a segunda arbovirose mais prevalente no país, atrás da Dengue. As regiões urbanas da Amazônia são favoráveis para a propagação dos insetos vetores devido às características climáticas, ambientais e ações antrópicas, o que pode aumentar o risco de novos surtos e epidemias. A Febre Oropouche é uma doença subnotificada e negligenciada devido à semelhança com outras arboviroses de maior importância epidemiológica. No entanto, configura-se como uma arbovirose emergente e reemergente, podendo surgir em diferentes regiões na forma de surtos e epidemias. Estudos de investigação molecular em humanos e reservatórios silvestres, xenomonitoramento e vigilância entomológica são essenciais para a compreensão dos ciclos de transmissão da Febre Oropouche.

Palavras-chave

OROV, Amazônia, Subnotificação, Arbovirose.

Área

Eixo 08 | Arboviroses

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Luiz Henrique Maciel Feitoza, Pedro Henrique Cardoso Duarte, Dyenifan Roberta Gomes Solis, Nathalia Cleisla Herculano de Almeida, Natiele Ramos de Araújo, Núbia Miranda Menezes, Phernando Pereira dos Santos