Dados do Trabalho


Título

INCIDÊNCIA DE COVID-19 NO ESTADO DA BAHIA: ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS INTERROMPIDAS

Introdução

A Covid-19, Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, gerou estimativas impactantes de morbimortalidade em todo o Brasil.

Objetivo (s)

Objetivou-se analisar as séries temporais de incidência da Covid-19 da Bahia segundo núcleos regionais de saúde e estimar as mudanças de tendência das séries após a introdução da vacinação.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo com dados de casos ocorridos na Bahia, de março/2020 (semana epidemiológica – SE, 10) a abril/2023 (SE 17), disponíveis no portal da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), além de dados populacionais e de densidade demográfica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A unidade de medida temporal foi a SE e a espacial foram os nove NRS (Núcleos Regionais de Saúde). Estimou-se o total de casos, incidência e taxa de incremento semanal da doença. Aplicou-se a regressão de Prais-Winsten para avaliar a tendência geral e interrompida na SE 03/2021, que foi a de introdução da vacinação contra Covid-19 no estado. Realizou-se a suavização das séries com média móvel na ordem 4. O processamento dos dados foi realizado no programa R versão 4.2.3.

Resultados e Conclusão

No período analisado, foram identificados 1.790.429 casos de Covid-19, com incidência (por 100.000 hab.) variando de 4.413,6 em 2020 para 2.479,9 em 2022; em seis NRS as maiores incidências foram em 2021. Quanto ao aspecto visual, as curvas são semelhantes entre os núcleos e em comparação com o estado. Identificou-se a presença de cinco ondas que correspondem a entrada das Variantes de Atenção do vírus SARS-Cov2, sendo a mais importante a causada pela Ômicron. A taxa de incremento semanal na tendência geral foi crescente em todos os núcleos, exceto no NRS Oeste, o que pode ser explicado pela densidade demográfica deste, que é bem menor do que os demais. Na análise das séries interrompidas, para o estado não se observou mudança de nível, todavia, a mudança de tendência para redução progressiva foi estatisticamente significante em todos os núcleos, com visível redução de casos cerca vinte semanas depois do início da vacinação. Conclui-se que, como a Covid-19 é uma doença de transmissão respiratória, é possível inferir que um dos fatores capazes de mudar a sua propagação seja a densidade demográfica. Considera-se ainda que as alterações decrescentes nas curvas, após a vacinação, sejam plausíveis, pois essa é uma a intervenção que está condicionada a maior tempo até que seja efetiva na população.

Palavras-chave

Epidemiologia; Covid-19; Séries Temporais Interrompidas.

Agradecimentos

Área

Eixo 09 | COVID-19

Autores

Adriana Galdino, Lilian Rita de Souza Meirelles, Gilmara Araújo Chaves