Dados do Trabalho


Título

Análise Espaço-Temporal das Taxas de Incidência de Tuberculose em Indígenas e Não Indígenas no Brasil, no período de 2012 a 2021.

Objetivo (s)

Analisar a tendência espaço-temporal das taxas brutas de incidência de tuberculose (TB) em indígenas e não indígenas no Brasil, segundo Unidades Federativas (UF), no período de 2012 a 2021.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo ecológico com o uso de dados secundários de acesso público. Foram selecionados todos os casos novos de TB notificados, segundo ano de início de tratamento, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Foram calculadas as Taxas de Incidência (TI) de TB por 100.000 habitantes para o Brasil, suas regiões e UF por raça/cor. A manipulação dos dados e a construção das tabelas, gráficos, estimativas populacionais e TI foram realizados a partir da linguagem R (versão 4.2.2) e planilhas eletrônicas no Microsoft Excel 2019 (Microsoft Corp., Redmond, WA, USA), e ainda foram confeccionados mapas temáticos para análise da evolução espaço-temporal da TB na população indígena e não indígena em cada ano, através do Programa QGIS® versão 3.22.10. Contribuições: A revisão bibliográfica, manipulação e análise dos dados, bem como a escrita do Resumo foram realizadas pela autora principal. Os demais autores/orientadores contribuíram na concepção e delineamento do estudo, bem como a revisão crítica.

Resultados e Conclusão

De 2012 a 2021, foram notificados 649.457 casos novos de TB, sendo 7.054 (1,09%) casos em indígenas. A incidência média de TB em indígenas no Brasil foi de 78,6/100 mil hab. e para não indígenas foi de 27,7/100 mil hab. As UF do país que apresentaram taxas acima de 140/100 mil habitantes ao longo do período na população indígena foram: PA, MT, SP e RJ, sendo o valor mais alto em MT (444,9) em 2015, e para não indígenas, as maiores incidências se deram no AM e o RJ com taxas acima de 40/100 mil habitantes, e no AC que se mantém entre entre 30 - 45/100 mil habitantes ao longo do decênio. Para ambas as populações, observou-se queda das taxas em 2020 e 2021, com exceção apenas nas UF: DF, PB, SE, AC, RR e PR, que se mantiveram ou aumentaram pouco de 2020 a 2021 para a população indígena e nas UF: AP e RR, para a população não indígena. Conclusão: A TB afeta de forma desproporcional os povos indígenas do Brasil e os achados deste estudo permitem a identificação regiões e UF que apresentaram maior carga da doença, podendo então, contribuir na reformulação e atualização do Plano Nacional pelo Fim da TB como Problema de Saúde Pública e na elaboração de políticas públicas que visem ações de controle da TB na população indígena.

Palavras-chave

Povos indígenas; Tuberculose; Epidemiologia

Área

Eixo 13 | Tuberculose e Outras Micobactérias

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Isabela Freitas Vaz, Natália Santana Paiva, Paulo Victor Sousa Viana