Dados do Trabalho


Título

Avaliação do papel do cão doméstico no ciclo de transmissão da leishmaniose tegumentar americana.

Introdução

Leishmaniose tegumentar americana (LTA) é parasitose que acomete pele e mucosas. É endêmica no Brasil, inclusive no Recife, capital pernambucana. A "Leishmania" spp. é um parasita heteroxênico: necessita de um hospedeiro invertebrado e outro vertebrado para completar o ciclo evolutivo. O Reservatório definitivo da doença são animais silvestres e sinantrópicos. O cão ("Canis familiaris") é o maior hospedeiro doméstico da doença, porém mais estudos são necessários para compreender a participação dessa espécie no ciclo de transmissão da doença ao homem. O potencial infectivo desses animais ao vetor (flebotomíneos) não é bem esclarecido. Alguns estudos demonstraram infecção de animais domésticos pela "Leishmania (Viannia) braziliensis". Para explicar melhor a relação transmissão/infecção, o xenodiagnóstico (repasto controlado de flebótomos em hospedeiros infectados)é o principal método para medir o potencial de transmissão.

Objetivo (s)

Avaliar a infectividade de cães domésticos a flebótomos e o papel desses mamíferos na manutenção do ciclo de transmissão da LTA.

Material e Métodos

Estudo realizado em Moreno, Região Metropolitana de Recife, endêmico para LTA. Coletadas amostras de sangue de cães domésticos e respectivas anamneses. Para confirmar infecção por “L. (V.) braziliensis” e determinar carga parasitária nos cães foram feitas PCR em tempo real (qPCR). Cão, com quantidade de DNA parasitário >100fg foi selecionado para o xenodiagnóstico com flebótomos de colônia(IAM/FIOCRUZ).

Resultados e Conclusão

Foram realizados 2 xenodiagnósticos, com 30 machos e 25 fêmeas em 5 dias de jejum de sangue. No interior da orelha do cão sedado foi acoplado recipiente com flebótomos para repasto sanguíneo por 1h. A confirmação para DNA de L. (V.) braziliensis nos flebótomos deu-se pela qPCR. Nos xenodiagnósticos, foram detectadas 1 fêmea alimentada positiva. O 1º xeno, com positividade de 2.24fg/DNA, usou a espécie Lutzomyia migonei; o 2º, Lu. evandroi, e positividade de 2.12fg/DNA do parasita. Pesquisadores encontraram positividade de 10,7% (~80 flebotomíneos/cão) em xenodiagnóstico para L. infantum. Nesse estudo, com apenas 2 cães e pouco mais de 50 flebótomos/cão, a positividade foi de 4%. São necessários mais xenodiagnósticos para comprovação estatística da participação do cão no ciclo de transmissão da LTA e os resultados devem contribuir para recomendações de controle e prevenção da doença.

Palavras-chave

Leishmaniose tegumentar americana; Xenodiagnóstico; Cão doméstico; Flebótomo; Leishmania braziliensis.

Agradecimentos

IAM/FIOCRUZ; FACEPE; FIOTEC/FIOCRUZ.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Juliana Figueirêdo da Costa Lima Suassuna Monteiro, Maria Edileuza Felinto de Brito, Pâmella Alhandra Monteiro, Éricka Lima de Almeida, Andréa Karla Sales Ferreira da Silva, Luciana Aguiar Figueredo, Fernando José da Silva, Hélio França Valença, Samara Ferreira de Souza, Sinval Pinto Brandão-Filho