Dados do Trabalho


Título

Análise dos óbitos fetais e infantis por STORCH+Z ocorridos no Brasil, no período de 2015 a 2021

Introdução

As infecções congênitas conhecidas pela sigla STORCH+Z (Sífilis, Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus, Herpes vírus e Zika vírus) estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade pré-natal, perinatal e pós-natal, especialmente em países de baixa e média renda. Esses patógenos, após atravessar a placenta, afetam preferencialmente o desenvolvimento do cérebro, sendo que outros órgãos também podem e são afetados.

Objetivo (s)

Analisar os óbitos fetais e infantis causados por STORCH+Z no Brasil, bem como causas associadas à tais eventos, no período de 2015 a 2021.

Material e Métodos

Estudo descritivo transversal. Foram considerados óbitos fetais e infantis (menos de um ano de vida) por STORCH+Z quando a causa básica continha: (sífilis congênita (A50), toxoplasmose congênita (P37.1), rubéola congênita (P35.0), infecções congênitas por citomegalovírus (P35.1) e herpes vírus (P35.2), e síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ) (P35.4)) foram obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) para o período de 2015-2021.

Resultados e Conclusão

De acordo com o SIM, entre 2015-2021 foram registrados no Brasil 3.096 óbitos fetais e 1.475 óbitos infantis por sífilis congênita, 122 óbitos fetais e 182 infantis por toxoplasmose congênita, 3 óbitos fetais e 6 infantis por rubéola congênita, 20 óbitos fetais e 110 infantis por infecção congênita por citomegalovírus e 4 óbitos fetais e 16 infantis por infecção congênita pelo herpes vírus. Considerando o total de óbitos fetais e infantis neste período (211.937 e 244.526, respectivamente), as STORCH representaram 1,5% e 0,7% das causas básicas de óbitos destas faixas etárias, respectivamente. O código P35.4, referente à SCZ foi implementado no SIM apenas em 2022 e ainda não foi utilizado para a descrição de nenhum óbito fetal ou infantil associado à doença. Dentre as causas associadas a tais óbitos, se destacaram aquelas referentes aos códigos P00-P99 (afecções originadas no período perinatal) e Q00-Q99 (malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas). Considerando a importância dessas infecções congênitas como um problema de saúde pública e importante causa de morbimortalidade infantil, é fundamental manter ativa a vigilância destas condições, bem como reforçar sua prevenção e assistência aos indivíduos por elas acometidos.

Palavras-chave

Doença de Notificação Compulsória; Mortalidade Fetal; Mortalidade Infantil; Sistemas de Informação em Saúde; Vigilância em Saúde Pública.

Agradecimentos

Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente/Ministério da Saúde

Área

Eixo 14 | Outro

Autores

Julia do Amaral Gomes, Ruanna Sandrelly de Miranda Alves, João Matheus Bremm, Augusto César Cardoso-dos-Santos, Marli Souza Rocha, Maria del Carmen Bisi Molina