Dados do Trabalho


Título

Estudo imunopatológico da pele de cães infectados naturalmente por Leishmania infantum

Introdução

A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma doença zoonótica que representa um importante problema de saúde pública. É causada pela Leishmania infantum e afeta vários órgãos, incluindo a pele. Os cães são considerados animais reservatórios no ambiente urbano, uma vez que através da sua pele parasitada, podem servir de fonte de infecção para o vetor. No entanto, a correlação entre a carga parasitária, a vascularização dérmica e a disseminação do parasita pela pele não está completamente elucidada.

Objetivo (s)

O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações inflamatórias e vasculares na pele da orelha e do abdômen de cães naturalmente infectados por Leishmania infantum e a sua correlação com a carga parasitária e sintomatologia clínica de forma a compreender o processo infeccioso e de disseminação do parasita.

Material e Métodos

Foram incluídas no estudo 26 amostras pareadas de orelha e abdômen de cães positivos para L. infantum. Foram realizadas lâminas coradas com Hematoxilina e Eosina para avaliação do infiltrado inflamatório e lâminas coradas com Picrosirius Red para avaliação de colágeno. Foi realizada imuno-histoquímica para avaliação do influxo celular através do marcador MAC 387 e para a avaliação da expressão do Fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) e Óxido nítrico sintase 2 (NOS2). A carga parasitária foi avaliada através da imunomarcação para L. infantum. O número e o diâmetro dos vasos sanguíneos dérmicos também foram avaliados.

Resultados e Conclusão

A pele da orelha apresentou maiores alterações inflamatórias, maior carga parasitária, elevado número de vasos sanguíneos, maior diâmetro vascular, maior quantidade de células VEGF+ e MAC 387+ e menor regularidade do colágeno em comparação com a pele do abdômen. As correlações positivas entre o diâmetro vascular, a carga parasitária e o número de células MAC 387+ indicam um papel da dilatação dos vasos sanguíneos no aumento do influxo celular e na distribuição de amastigotas pelo tecido. O VEGF se correlacionou com o diâmetro vascular e o número de células MAC 387+, indicando um papel do VEGF na dilatação vascular e no aumento do influxo de células. Em conjunto, estes resultados mostram como os parasitas e as células imunes se distribuem na pele e sugerem um papel importante da vascularização dérmica na disseminação parasitária pela pele de cães naturalmente infectados.

Palavras-chave

Leishmaniose Visceral, Cães, Pele

Agradecimentos

Faperj, CNPq, PAEF-Fiocruz

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Francini Neves Ribeiro, Tainã Luis de Souza, Rodrigo Caldas Menezes, Lucas Oliveira Keidel, Marcelo Pelajo Machado, Igor José da Silva, João Paulo dos Santos, Fernanda Nazaré Morgado, Renato Porrozzi