Dados do Trabalho


Título

Cascata de cuidado contínuo das pessoas vivendo com aids (CD4 < 200 células/mm3)

Introdução

A resposta brasileira à epidemia de HIV/aids destaca-se como uma política pública de saúde bem sucedida, melhorando a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA), reduzindo a morbidade e mortalidade e impactando na cadeia de transmissão (indetectável = intransmissível). Um desafio permanente é a doença avançada pelo HIV (contagem de CD4 < 200céls/mm3). O modelo de cuidado contínuo do HIV ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS) auxilia do diagnóstico a supressão viral sustentada, objetivando assegurar o acesso em todas as etapas e evitar desfechos desfavoráveis.

Objetivo (s)

Esse trabalho objetiva comparar a cascata do cuidado contínuo entre as PVHA com CD4 ≥ 200 céls /mm3 e < 200 céls /mm3 e identificar as principais lacunas no cuidado.

Material e Métodos

Estudo retrospectivo incluindo todas as PVHA com registro nas bases nacionais de dados (Sistema de Controle de Exames Laboratoriais – SISCEL, Sistema de Controle Logístico de Medicamento - SICLOM e Sistema de informação sobre mortalidade) e que realizaram o primeiro exame de contagem de linfócitos de CD4 (LT-CD4) no SUS no período de 2009 a setembro de 2020. As definições para pessoas vinculadas, em terapia antirretroviral, carga viral suprimida e óbito seguiram as utilizadas pelo Ministério da Saúde

Resultados e Conclusão

Resultados: No período avaliado, PVHA com CD4 < 200 céls/mm3 apresentam menores proporções em todas as barras da cascata e maior proporção de óbito, com significância estatística (exceto nos anos de 2016 e 2017), quando comparadas as PVHA com LT-CD4 > 200 céls/mm3, demonstrando assim, que essa população encontra maiores barreiras de acesso. Além disso, quando vinculadas ao serviço, apresentam maiores taxas de perda de seguimento, uso irregular de antirretroviral e menores taxas de supressão viral. Evidenciando problemas na manutenção do tratamento e na retenção e maiores taxas de eventos desfavoráveis (óbito). Conclusão: As lacunas encontradas na cascata refletem a situação do diagnóstico tardio e dificuldade na retenção dessas pessoas no cuidado. Questões que estão relacionadas a vulnerabilidades sociais, estigma, preconceito são fatores que influenciam na permanência da doença avançada pelo HIV/aids como um desafio. Ações para diagnóstico, acesso e tratamento oportuno, associadas a estratégias de adesão são urgentes, possibilitando assim a redução da morbimortalidade nesse grupo e o fim da epidemia do HIV/aids como um problema de saúde pública até 2030.

Palavras-chave

HIV; aids; Cuidado Contínuo;

Área

Eixo 14 | Outro

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

BEATRIZ BRITTES KAMIENSKY, Rosana Elisa Gonçaves Pinho, Ana Roberta Pati Pascom, Alexsandra Freire da Silva, Lilian Nobre de Moura , Tayrine Huana de Sousa Nascimento, Ana Cristina Garcia Ferreira, Ronaldo Campos Hallal, Maria Clara Gianna Garcia Ribeiro