Dados do Trabalho
Título
Frequência de anticorpos anti-Trypanosoma cruzi em população carcerária feminina e agentes penitenciárias do Paraná, Brasil
Introdução
A doença de Chagas é uma infecção parasitária sistêmica, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, transmitida primariamente por insetos vetores triatomíneos, mas também pelo consumo de alimentos contaminados com as fezes do vetor, transmissão congênita, por transplante de sangue e órgãos e ainda exposição acidental em laboratórios. Essa zoonose afeta cerca de 6 a 7 milhões de pessoas em todo o mundo. Inicialmente estava restrita somente a América Latina, mas devido a intensificação dos fluxos migratórios e o aumento do número de pessoas que viajam, também têm sido diagnosticadas em países que não são endêmicos. Mundialmente, estima-se que mais de 10 mil pessoas morram por ano em consequência desta doença. A situação epidemiológica desta doença no Brasil mudou substancialmente nas últimas décadas, como resultado das ações de controle, das transformações ambientais e de ordem econômica e social, porém ainda representa um grave problema de saúde pública, devido ao caráter crônico e muitas vezes assintomático. As taxas de prevalência da infecção por T. cruzi em áreas rurais e urbanas no Brasil são de 4,2% e 1,4%, respectivamente, sendo mais elevadas em populações em vulnerabilidade socioeconômica, como quilombolas, indígenas e populações em situação de rua. Estudos recentes mostraram que o fluxo migratório de pessoas da zona rural (regiões norte e noroeste) para a região metropolitana de Curitiba (Paraná), aumentou o número de pacientes com doença de Chagas crônica na região, reforçando a ideia de que a doença crônica também está presente em centros urbanos de baixa endemicidade.
Objetivo (s)
Com base no exposto, o presente projeto tem como objetivo avaliar a exposição ao T. cruzi em uma população carcerária feminina e agentes da Penitenciária Feminina do Paraná, Piraquara, região metropolitana de Curitiba.
Material e Métodos
As amostras de soro de detentas e agentes penitenciárias foram testadas para a presença de anticorpos anti-T. cruzi pelo kit comercial Chagatest ELISA recombinante v.4.0™ (Wiener lab).
Resultados e Conclusão
No total, amostras de soro e questionário epidemiológico foram obtidos de 370 detentas e 87 agentes penitenciárias. Até o momento, 20/141 detentas (13,79%) e 3/41 (7,31%) agentes penitenciárias apresentaram anticorpos anti- T. cruzi. Para conhecimento dos autores, este é o primeiro estudo que avalia concomitante a exposição ao T. cruzi em populações carcerárias e agentes penitenciárias.
Palavras-chave
Doença de Chagas; ELISA
Agradecimentos
CAPES; CNPq; Fiocruz
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Gustavo Gonçalves, Melissa Alves Farias, Louise Bach Kmetiuk, Gabriel Luís Brucinski Pinto, Alexandre Welker Biondo, Fabiano Borges Figueiredo