Dados do Trabalho


Título

Autoanticorpo Antipeptídeo Citrulinado na Febre Chikungunya: associação com fatores clínico-reumatológicos

Introdução

Cerca de 40% dos indivíduos diagnosticados com a Febre Chikungunya (FCHIK) desenvolvem a doença crônica, a qual é caracterizada por manifestações articulares incapacitantes que podem durar meses ou anos. A relevante utilidade diagnóstica dos autoanticorpos em doenças reumáticas, bem como a semelhança na cronicidade dos sintomas musculoesqueléticos entre a FCHIK e outras doenças reumatológicas, evidenciam a investigação do perfil de produção de autoanticorpos como importante estratégia para descoberta de biomarcadores diagnósticos e prognósticos na FCHIK.

Objetivo (s)

Avaliar a produção do autoanticorpo Antipeptídeo Citrulinado (Anti-CCP) durante as fases aguda e pós aguda da FCHIK e sua possível associação com a poliartralgia persistente na fase crônica da doença.

Material e Métodos

Foram avaliados dados clínicos, reumatológicos e amostras sanguíneas de 77 indivíduos diagnosticados com a FCHIK e sem histórico de doença reumatológica prévia, acompanhados no HC-UFPE. O kit Anti-CCP ELISA (IgG) (EUROIMMUN, Alemanha) foi utilizado para detecção do anti-CCP. Os testes de Mann-Whitney e Teste Exato de Fischer foram utilizados para análise de dados não paramétricos, através do programa GraphPad Prism (versão 8). Valores p ≤0,05 foram considerados estatisticamente significativos.

Resultados e Conclusão

A presença do autoanticorpo anti-CCP foi detectada em 5,2% dos indivíduos (n = 4) avaliados. A maioria dos indivíduos anti-CCP positivos (n = 3; 75%) apresentavam rigidez matinal, lombalgia e categoria da atividade da doença alta, conforme CDAI. No entanto, não foi observada associação entre a produção do anti-CCP e à poliartralgia persistente após 3 meses do início dos sintomas. A intensidade da poliartralgia bilateral variou de acordo com a articulação: leve nos ombros e punhos (75%), moderada nos cotovelos (75%), nos dedos das mãos e dos pés (50%) e, intensa nos joelhos (50%) e nos tornozelos (75%). Em conjunto, os dados do presente estudo evidenciam que as manifestações musculoesqueléticas apresentadas nas fases aguda, subaguda e crônica da FCHIK, em particular a poliartralgia persistente, não estão associadas à produção do anti-CCP.

Palavras-chave

Febre de Chikungunya, Anticorpos Antiproteína Citrulinada, Poliartralgia persistente

Agradecimentos

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES), Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (DECIT-MS), Fundação de apoio à Fiocruz (FIOTEC).

Área

Eixo 08 | Arboviroses

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Myza Georgya Borges Silva, Jamile Taniele Silva, Heloísa Ferreira Pinto Santos, Giselle Silva Duarte, Amanda Pinheiro Barros Albuquerque, André Machado de Siqueira Siqueira, Moacyr Jesus Barreto Melo Rego, Angela Luzia Branco Pinto Duarte, Laís Bárbara Andrade Vasconcelos