Dados do Trabalho

Título

Impacto da COVID-19 na distribuição espacial dos desfechos de tratamento da tuberculose no Brasil

Introdução

Desde 2020, a pandemia tem impactado os programas e serviços de controle da tuberculose, refletindo sobre detecção de casos e acarretado em desfechos de tratamento mais catastróficos.

Objetivo (s)

O objetivo do presente estudo foi verificar o impacto da pandemia de COVID-19 na formação de aglomerados espaciais dos desfechos de tratamento da tuberculose no Brasil.

Material e Métodos

Estudo ecológico realizado no Brasil, composto de todos os casos de tuberculose notificados no SINAN (obtidos via DATASUS) entre 2010 e 2021 que tiveram como desfecho o abandono de tratamento, drogarresistência ou óbitos. Foram calculadas as proporções de interrupção de tratamento, tuberculose drogarresistente e óbitos por para cada município. Em seguida, procedeu-se a aplicação da técnica Getis-Ord GI* que permite identificar áreas com associação espacial, classificando em aglomerados de alta (Hotspots) e baixa (Coldspots) intensidade

Resultados e Conclusão

Foram notificados 1.054.772 casos tuberculose e houve 134.394 casos encerados como abandono de tratamento, 10.270 como drogarresistência e 37.863 óbitos. Para o abandono de tratamento, observou-se principalmente na região Centro-Oeste do país, um aumento do aglomerado de alta intensidade, já para a drogarresistencia observou-se a formação de um aglomerado de alta intensidade na região Norte do país após a pandemia. Para os óbitos evidenciou-se a ampliação dos aglomerados de alta intensidade na região Nordeste e Centro-Oeste depois da pandemia.
Foi possível evidenciar áreas de alta e baixa valores dos desfechos de tratamento e observar suas variações ao longo do tempo. As diferenças encontradas na distribuição espacial após a pandemia indicam áreas que devam ser prioritárias para implementação de ações complementares no controle da tuberculose, tendo em vista o impacto da pandemia nessas áreas.

Palavras-chave

Tuberculose; Análise Espacial; Saúde Pública; COVID-19; Pandemia

Agradecimentos

FAPESP [2021/08263-7 e 2022/03964-0]
CAPES [88887.657730/2021-00 e código 001]
CNPq [Universal 405902/2021-2 e 140005/2023-4]