Dados do Trabalho

Título

Análise epidemiológica dos casos de sífilis na gestação notificados no município de Vitória da Conquista-Bahia entre 2017-2023.

Introdução

A sífilis gestacional é uma doença infectocontagiosa provocada pela bactéria Treponema pallidum antes ou durante a gravidez, com evolução crônica e transmissão sexual. O aumento atual de casos representa as repercussões do pré-natal, medidas preventivas e o seguimento adequado do tratamento.

Objetivo (s)

Descrever o perfil sociodemográfico e epidemiológico dos casos confirmados de sífilis gestacional notificados no município de Vitória da Conquista-Bahia, 2017 a 2023.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal sobre a população de gestantes no município de Vitória da Conquista - Bahia, analisando dados secundários do período de janeiro de 2017 a abril de 2023, cedidos pela Secretaria Municipal de Saúde, a partir dos registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

Resultados e Conclusão

Foram notificadas 450 gestantes com sífilis no período analisado, 82,3% (n=366) residentes na zona urbana. Acrescido a esses, 235 casos (34,3%) são notificações com residência em outros municípios da região ou que realizaram acompanhamento/atendimento em unidades do município de Vitória da Conquista. As maiores incidências foram observadas em 2019 (101 casos; média móvel entre 0.11 e 0.50 pontos percentuais), e 2022 (85 casos; média móvel entre 0,04 e 0,43 pontos percentuais). No primeiro trimestre de 2023, foram registrados 12 novos casos. A faixa etária mais acometida foi de 20-34 anos (66,2%; n=298), seguida por 15-19 anos (18,7%; n=84), 35-49 anos (14%; n=63) e 10-14 anos (11,1%; n=5), com um pico de incidência aos 21 anos (33 casos). A maior parte dos casos tinha escolaridade no ensino fundamental (48%) e ensino médio/superior (20,4%); e de raça/cor parda (56,8%) e preta (15,9%). A maioria das notificações foram advindas do maior hospital materno-infantil público da região (18,9%; n=85) e de um serviço especializado do município (13,5%; n=61), além dos demais hospitais e Unidades de Saúde da Família (USF) que compõem a rede de atenção da cidade. Assim, observa-se a prevalência de jovens, pretas e pardas, com baixa e média escolaridade. Há maior acometimento de um perfil populacional com maior risco e vulnerabilidade social. A falta de acesso à informação sobre a prevenção, diagnóstico tardio e não adesão ao acompanhamento pré-natal podem ter contribuído com a o cenário. Fatores associados, como a limitação da captação das gestantes pela atenção primária e a não abrangência de políticas públicas e educação em saúde podem ter correlação com esses índices.

Palavras-chave

Sífilis; Gravidez de Alto Risco; Epidemiologia.