Dados do Trabalho


Título

BIOMARCADORES DE ALTERAÇÃO/LESÃO HEPÁTICA E INFLAMAÇÃO EM PACIENTES COM COVID-19 EM USO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA E NÃO INVASIVA

Introdução

A COVID-19 é uma doença multissistêmica com muitas manifestações clínicas, é comumente associada a distúrbios hepáticos e inflamatórios.

Objetivo (s)

Analisar ao longo do tempo os biomarcadores de alteração/lesão hepática (MAHs) e inflamação (MIs) em relação ao modo ventilatório.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo coorte retrospectivo realizado no Hospital Regional do Baixo Amazonas Doutor Waldemar Penna do Pará a partir de dados coletados de prontuários eletrônicos de pacientes que foram internados em decorrência de complicação da COVID-19 nos anos de 2020, 2021 e 2022. Utilizou-se o teste Mann-Whitney considerando um p-valor de 0,05 como significância. A pesquisa foi realizada com aprovação ética (Nº do Parecer 5.332.611) e os dados são referentes aos exames laboratoriais (aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), gama glutamil transferase (GGT) e fosfatase alcalina (FA) – biomarcadores de danos hepáticos; PCR, D-dímero, SaO2 e linfócitos – biomarcadores de inflamação) realizados durante a admissão hospitalar (D1), aos 7 dias (D7), 14 dias (D14), 21 dias (D21) e 30 dias (D30) de internação.

Resultados e Conclusão

Revisaram-se 397 prontuários, destes 132 ficaram internados em 2020, 236 em 2021 e 29 em 2022. Quanto ao gênero, 66,5% (133/397) do sexo masculino. A faixa etária predominante foi de 60 anos ou mais (201/397); 50,7% (201/397) usavam ventilação mecânica invasiva (VMI) e 51,9% (206/397) foram a óbito. A avaliação longitudinal comparativa dos MAHs entre os dois grupos de pacientes, ventilação mecânica invasiva (VMI) e ventilação não invasiva (VNI), demostrou diferença significativa apenas para AST/TGO no D7 e GGT no D1 estando mais elevado no grupo de VMI (p=0,037, p=0,046), para os outros MAHs não houve diferença entre os grupos. Quanto aos MIs, a PCR esteve mais elevada no grupo VMI com diferença significa em todo o acompanhamento longitudinal (D1-D30), o D-dímero mostrou mais elevado no grupo de VMI com diferença significativa no D1 e D7 (p=0,000, p=0,012), a SaO2 apenas no D1 (p=0,024) estando mais diminuída no grupo VNI. O padrão da contagem de linfócitos, apresentou predominância de linfopenia no grupo VMI, com p<0,05 em todo o período de internação ao longo do estudo longitudinal. Conclusão: Pacientes graves hospitalizados por COVID-19 em uso de ventilação mecânica invasiva apresentaram alterações significativas nos biomarcadores hepáticos e inflamatórios.

Palavras-chave

COVID-19, Fígado, SARS-CoV-2, Ventilação Mecânica

Área

Eixo 09 | COVID-19

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado

Autores

Carla Sousa da Silva, Katrini Guidolini Martinelli, Vanessa Salete de Paula, Lívia Melo Villar, Luana Lorena Silva Rodrigues