Dados do Trabalho


Título

Epidemiologia do Zika Vírus em gestantes (2016-2021) e sua relação com anormalidades congênitas

Introdução

O vírus Zika (ZIKV) foi identificado pela primeira vez em 1947 na Uganda, África. No Brasil, somente em 2015 foi relatada a transmissão do ZIKV. A infecção pelo ZIKV geralmente apresenta sintomas leves, como febre, dores articulares e musculares e mal-estar geral. No entanto, pesquisas posteriores revelaram uma associação entre a infecção e complicações graves, como as malformações congênitas.

Objetivo (s)

Realizar uma análise abrangente da incidência de infecções pelo ZIKV em gestantes no Brasil, no período de 2016 a 2021, levando em consideração os casos com alterações congênitas associadas e investigando a relação causal entre o vírus e o desenvolvimento dessa condição.

Material e Métodos

Utilizou-se dados secundários provenientes do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) e do Registro de Eventos em Saúde Pública (RESP), coletados no repositório do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foi feita uma análise descritiva, retrospectiva e qualitativa dos dados levantados.

Resultados e Conclusão

Entre os anos de 2016 a 2021, o Brasil registrou 404.779 casos de infecção pelo ZIKV, distribuídos pelas 5 regiões geográficas: 10,55% Norte, 35,67% Nordeste, 36,33% Sudeste, 2,06% Sul e 15,39% Centro-Oeste. Dos casos totais de infecção, cerca de 45.767 (11,30%) foram notificados em gestantes. Em relação às alterações congênitas, foi possível observar 16.329 casos notificados, divididos em 5 categorias: 55,18% de microcefalia, 8,68% de microcefalia com alteração no Sistema Nervoso Central (SNC), 8,39% de microcefalia com outras alterações congênitas, 9,68% de casos sem microcefalia com outras alterações congênitas e 18,07% não informados. Cerca de 3,42% das gestantes informou possuir histórico de malformações na família. Do total de casos relatados com alterações congênitas, 6,67% estavam relacionados exclusivamente ao ZIKV, enquanto 0,15% estavam relacionados a casos de coinfecção. Em relação a essas duas categorias, foi observado que a detecção das alterações foi feita 1,93% durante a gestação, 3,10% pós-parto, 0,01% não detectado e 1,77% não informado. Dos casos relacionados exclusivamente ao ZIKV, houve um total de 176 óbitos. Já nos casos de coinfecção, foram registrados apenas 6 óbitos. A análise dos dados revela um percentual significativo de infecções pelo ZIKV que evoluem para malformações, como a microcefalia, enfatizando a importância da vigilância ativa, prevenção adequada e acompanhamento rigoroso durante a gestação.

Palavras-chave

Zika Vírus. Malformações Congênitas. Brasil.

Área

Eixo 08 | Arboviroses

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Patricia Yuri Nogami, Agatha Monike Silva Nunes, Vitória Santa Brígida Silva, Gabriel Oliveira Saldanha, José Igor Silva Mendes, Amanda Elisa Costa Souza , Mayara Natália Santana Da Silva