Dados do Trabalho


Título

Investigação Eco-epidemiológica de febre amarela e outras importantes arboviroses humana na cidade de Belém, Estado do Pará

Introdução

Uma idosa de 82 anos, no bairro do Jurunas, Belém, foi diagnosticada com Febre Amarela, e evoluiu ao óbito, a paciente era cadeirante e não saiu da cidade nos seus últimos 2 anos. Diante disso, foi realizado um estudo de vigilância eco-epidemiológico pela SESPA/SESMA e SAARB/IEC para investigar a ocorrência de Febre amarela no bairro do Jurunas e na ilha do Combú, área de mata com intenso fluxo de pessoas, com localização próxima ao caso índice.

Objetivo (s)

Investigar a ocorrência de febre amarela e outras arboviroses humanas em áreas próximas ao caso índice.

Material e Métodos

Foram realizados testes sorológicos de ELISA e Inibição da hemaglutinação (IH) com amostras de soros humanos coletados. Para a captura de mosquitos foi utilizada atração humana, e as chaves dicotômicas para classificação taxonômica dos insetos. Posteriormente foram realizados os cultivos e testes biomoleculares.

Resultados e Conclusão

Na área urbana de Belém foram coletados soros de 71 pacientes, sendo 46 assintomáticos e 24 sintomáticos para quadro de doenças febris. Dos sintomáticos, 17 apresentavam sintomatologia de dengue-símile tais como febre, cefaleia, mialgia, artralgia náuseas e dor retro-orbitrária. Destes, 8 casos foram confirmados para dengue e um caso assintomático positivou para febre amarela. Em relação aos mosquitos capturados, os mais frequentes foram o Cux. (Cux.) quinquefasciatus 49 (51%), Ae. (Stg.) aegypti 24 (25%) e Ae. (Stg.) albopictus 18 (18,75%). Os pools foram testados por RT-qPCR para Orthoflavivirus flavi (febre amarela) e Orthoflavivirus denguei, bem como para os alfavírus CHIKV e MAYV, todos com resultados negativos. Na ilha do Combú, foram coletados 159 soros humanos, resultando em 3 casos reagentes para febre amarela (2 assintomáticos e 1 sintomático - febre, mialgia e cefaleia). Outras 6 pessoas assintomáticas foram inconclusivas para Orthoflavivírus. Os mosquitos capturados em maior frequência foram Ps. (Jan) species 580 (40%), Ps. (Jan) albipes 452 (31,20%) e Ae. (Och.) Serratus 231 (15,97%). Todos os lotes foram inoculados em c6/36 e não apresentaram ECP, bem como as suspensões desses também foram negativos para O. flavi e MAYV pela metodologia de RT-qPCR. Os resultados obtidos alertam para o risco da reurbanização da febre amarela e da importância de uma vigilância ativa para detecção precoce de circulação silenciosa de febre amarela e outros arbovírus, bem como a necessidade elevada de coberturas vacinais contra Febre amarela e o controle de vetores urbanos.

Palavras-chave

Vigilância, Febre amarela, Pará.

Agradecimentos

Área

Eixo 08 | Arboviroses

Autores

Estelita Raquel de Oliveira Almeida, Jannifer Oliveira Chiang, Liliane Leal das Chagas, Joaquim Pinto Nunes Neto, Ana Lúcia Monteiro Wanzeller, Bruno Tardelli Diniz Nunes, Camille Ferreira de Oliveira, Livia Medeiros Neve Casseb, Daniele Barbosa de Almeida Medeiros, Pedro Fernando Costa Vasconcelos