Dados do Trabalho


Título

Desafios na implementação da miltefosina no tratamento da Leishmaniose Tegumentar no estado de Minas Gerais

Introdução

A miltefosina é uma nova alternativa terapêutica para Leishmaniose Tegumentar (LT) recentemente disponibilizada no Brasil de uso oral. A partir de 2021, a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) contou com a colaboração do Centro de Referência em Leishmanioses do Instituto René Rachou (CRL-IRR) para a implementação do medicamento no estado.

Objetivo (s)

Descrever o processo de da implementação da miltefosina no tratamento da LT, apresentando resultados parciais, desafios e barreiras.

Material e Métodos

: Após 22 meses da implementação uma análise foi realizada a fim de descrever resultados do processo de implementação abordando aspectos administrativos, indicadores de conformidade e características dos primeiros tratamentos realizados. Foram consultados a ficha de solicitação da miltefosina, os relatórios do Sistema Integrado de Gerenciamento da Assistência Farmacêutica (SIGAF) e a ficha de notificação SINAN.

Resultados e Conclusão

Na análise de dados administrativos, foram realizadas 197 solicitações, sendo que 31,47% delas foram realizadas na regional de Montes Claros e 47,71% em Belo Horizonte, sendo a maioria do CRL-IRR (86,17%). No total, 9 solicitações do medicamento não foram autorizadas, sendo que a maioria delas foi recusada devido à falta de indicação clínica. O tempo médio para a entrega do medicamento após a autorização foi de 30,64 dias (4,48- 137 dias).

A análise dos dados demográficos e clínicos dos 190 pacientes tratados com miltefosina nesse período, em 80 municípios diferentes, indicou que a maioria são do sexo masculino (66,8%), pardos (50,6%), moradores de áreas urbanas (41,6%) e aposentados (35,8%). A idade média dos pacientes é de 60,15 anos (15-96). Em relação aos dados clínicos, as comorbidades mais relatadas foram hipertensão arterial (53,2%) e diabetes (14,2%). A maioria apresentava acometimento exclusivamente cutâneo (78,4%), com até 3 lesões (73,2) e eram casos novos (64,7%).

As principais barreiras encontradas foram: ausência de envio das fichas de monitoramento e registro da dispensação por algumas localidades; dificuldade de comunicação com os serviços e identificação dos prescritores.

A caracterização do perfil dos pacientes tratados com miltefosina poderá direcionar futuras tomadas de decisão com o objetivo de facilitar o acesso, adesão e segurança no tratamento da leishmaniose.

Palavras-chave

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR, IMPLEMENTAÇÃO, MILTEFOSINA. 

Agradecimentos

Agradecemos ao grupo de Pesquisa Clínica e Políticas Públicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias do Instituto René Rachou Fiocruz Minas.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado

Autores

Lais Raquel Ribeiro, Mell Ferreira Saliba, Glaucia Fernandes Cota, Sarah Nascimento Silva