Dados do Trabalho


Título

ESQUISTOSSOMOSE MANSONI EM MUNICÍPIO DE BAIXA ENDEMICIDADE DO ESTADO DE ALAGOAS: PREVALÊNCIA, CARGA PARASITÁRIA E FATORES DE RISCO

Introdução

A esquistossomose mansoni (EM) é uma doença crônica e debilitante, comum em populações negligenciadas que possuem abastecimento de água, instalações sanitárias e práticas de higiene inadequadas. No Brasil, estima-se que 1,5 milhão de pessoas estejam infectadas pelo Schistosoma mansoni, sendo as regiões Sudeste e Nordeste as mais afetadas.

Objetivo (s)

Diante disso, o objetivo desse trabalho foi verificar a prevalência, carga parasitária e os fatores de risco associados a infecção pelo S. mansoni em um município de baixa endemicidade do estado de Alagoas, Nordeste do Brasil.

Material e Métodos

Este foi um estudo do tipo transversal analítico realizado no município de Feira Grande. Coletamos uma amostra de fezes de 364 pacientes de quatro áreas do município entre janeiro e fevereiro de 2023. Quatro lâminas foram preparadas pelo método de Kato-Katz e, a partir dos resultados, foi calculada a prevalência para EM e a carga parasitária de cada paciente. Aplicamos um questionário semiestruturado para análise das informações sobre fatores sociodemográfico, domicílio, peridomicílio, atividades laborais e de lazer associadas a infecção. Os testes Qui-Quadrado e Exato de Fisher foram utilizados para verificar a associação da prevalência aos fatores de risco e o grau de associação foi verificado através da Razão de Prevalência (RP). Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Pernambuco sob o CAAE Nº 57431022.2.0000.5208.

Resultados e Conclusão

A prevalência para EM em Feira Grande foi de 3,0 (n=11), 3,8 (n=14), 4,7 (n=17) e 5,5 (n=20) com uma, duas, três e quatro lâminas de Kato-Katz, respectivamente. Dos positivos, 18 (90%) apresentaram baixa carga parasitária (até 99 ovos por grama de fezes). As faixas etárias de 24 a 44 (RP: 8,6; IC95%: 1,5 a 53,7) e 45 a 64 anos (RP: 10,5; IC95%: 1,7 a 63,9), indivíduos casados (RP: 3,8; IC95%: 1,2 a 12,0), viúvos (RP: 8,7; IC95%: 1,8 a 38,4) e agricultores (RP: 8,3; IC95%: 1,7 a 48,8) foram mais associados a infecção pelo S. mansoni, todos com p<0,05. Os resultados deste trabalho evidenciam que utilização de mais lâminas conferem uma melhor detecção do S. mansoni, dadas as limitações do Kato-Katz nas áreas de baixa endemicidade e do que é preconizado pelo Ministério da Saúde (duas lâminas por amostra). Além disso, os dados referentes aos fatores de risco podem contribuir para a elaboração de ações de controle não somente para a área estudada, mas para outras que apresentam o mesmo perfil de endemicidade

Palavras-chave

Schistosoma mansoni; Epidemiologia; Saúde pública.

Área

Eixo 07 | Helmintíases

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Rosália Elen Santos Ramos, Leticia Pereira Bezerra, Maria Wilma da Silva Lima, Luzia Kelly da Silva Nunes, Ádrian Cabral Silva, Milene Pinto Oliveira, Erica Santos dos Reis, Ana Paula Sampaio Feitosa, Luiz Carlos Alves, Israel Gomes de Amorim Santos, Fábio André Brayner