Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇÃO DE LESÃO MIOCÁRDICA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA EM PACIENTES COM DOENÇA DE CHAGAS AGUDA
Introdução
A doença de Chagas (DC) é uma antropozoonose negligenciada causada pelo protozoário hemoflagelado Trypanosoma cruzi. A dinâmica de transmissão na região da Amazônia Brasileira é peculiar, destacando-se a via oral como principal responsável pelo aumento de casos agudos. Não há registros de avaliação da lesão miocárdica pela ressonância magnética cardíaca (RMC) em pacientes da fase aguda nem após o tratamento.
Objetivo (s)
Desta forma, o objetivo é avaliar os achados da RMC em pacientes com DC aguda (DCA) antes e após o tratamento.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo observacional, analítico do tipo coorte que envolve indivíduos com diagnóstico confirmado para DC aguda durante o ano de 2022. A RMC foi realizada por profissionais especializados.
Resultados e Conclusão
Foram incluídos em 2022, 10 pacientes com DCA provenientes de um surto no município de Amaturá – AM, no retorno após um ano, foi possível avaliar 5 (50%). A perda dos participantes ocorreu devido à logística para comparecer à capital, Manaus. A média de idade foi de 45 ± 13.6 anos, predominando o sexo masculino (80%). O índice de massa corporal (IMC) médio foi de 24.21 ± 1.6, evidenciando um IMC normal. Observou-se ausência de realce tardio em todos os pacientes avaliados tanto no período pré-tratamento quanto no período pós-tratamento. Em relação aos parâmetros da RMC, a média da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) e ventrículo direito (FEVD) foi de 60.4 ± 5.8% e 49.5 ± 4.0%, respectivamente. Os volumes sistólicos finais do VE (IVSFVE) e VD (IVSFVD) indexados pela superfície corpórea apresentaram uma média de 256.6 ± 699.4 ml/m2 e 43.3 ± 10.6 ml/m2, da mesma forma que os volumes diastólicos finais do VE (IVDFVE) e VD (IVSFVD) mostraram média de 84.9 ± 23.0 ml/m2 e 85.1 ± 16.6 ml/m2. Já no acompanhamento pós-tratamento, a FEVE média foi 61.2 ± 7.6% e a FEVD foi 46 ± 6.6%. Quanto aos volumes: o IVSFVE médio foi 28.6 ± 9.31 ml/m2; o IVSFVD foi 37.4 ± 9.1 ml/m2; o IVDFVE foi 73.6 ± 16.8 ml/m2; e o IVSFVD foi 68.6 ± 10.7 ml/m2. Não houve diferença estatística dos parâmetros nos períodos antes e após o tratamento. Apesar da evidência de normalidade, o acompanhamento de pacientes na fase aguda e no pós tratamento é essencial para evitar uma possível evolução para doença cardíaca. Este estudo é o primeiro da Amazônia a descrever uma avaliação miocárdica através da RMC.
Palavras-chave
Tripanossomíase americana, injúria miocárdica, Amazônia, realce tardio
Agradecimentos
Agência Financiadora: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Jessica Vanina Ortiz , Katia do Nascimento Couceiro, Marry Beatriz Matni, Débora Raysa Teixeira de Sousa , Vânia Mairi Naue, Alba Regina Jorge Brandão, João Victor Campelo de Queiroz, Elsa Isela Moctezuma Guevara, Maria das Graças Vale Barbosa Guerra , Jorge Augusto de Oliveira Guerra, João Marcos Bemfica Barbosa Ferreira