Dados do Trabalho


Título

DESAFIOS PARA TESTAR, TRATAR E CUIDAR DE PESSOAS ACOMETIDAS OU EM RISCO DE DOENÇA DE CHAGAS A PARTIR DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM MUNICÍPIOS DAS CINCO REGIÕES DO BRASIL

Introdução

A doença de Chagas (DC) deve ter na Atenção Primária à Saúde (APS) seu locus principal de vigilância e cuidado. Entretanto existem desafios a serem superados para a execução e integração destas ações.

Objetivo (s)

Este estudo objetiva caracterizar Unidades Básicas de Saúde (UBS) quanto a estrutura e processos relacionados a vigilância e cuidado para DC em diferentes regiões do Brasil.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal descritivo, realizado nos 5 municípios em que se insere o projeto CUIDA Chagas: Igarapé Miri (PA), Janaúba (MG), Paraúna (GO), Riachão das Neves (BA) e Rosário do Sul (RS). A cobertura da APS nestes municípios varia entre 44% e 100%, utilizou-se instrumentos do tipo “checklist” com informantes-chave de todas as 56 UBS do projeto, vinculadas a 60 Equipes de Saúde da Família. Os dados foram inseridos no Research Eletronic Data Capture (REDCap).

Resultados e Conclusão

Apenas 6,6% das UBS não têm equipe mínima (médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e ACS) e 42,9% das equipes atuam na zona rural. Em termos de estrutura física das UBS, 91,1% têm espaço adequado para atendimento às pessoas com DC, 53,6% utilizam prontuário eletrônico e 75% têm acesso estável à internet. Do total, 7% realizam coleta de sangue na própria UBS, 91% são capazes de encaminhar casos suspeitos de DC para diagnóstico laboratorial e 33,9% disponibilizam medicamentos para DC. Em termos de processos, 50% das UBS não atenderam indivíduos com DC nos últimos 12 meses e 98% delas não possuem fluxo para DC formalizado. Do total, 55,4% realizam triagem para DC e 81,2% fazem aconselhamento; 62,5% avaliam e conduzem o tratamento, e somente 51% realizam manejo de reações adversas. Em 71% das UBS são realizadas notificações de casos de DC aguda e 79% casos crônicos. Apenas 12,5% das UBS realizaram campanhas contra a DC nos últimos 12 meses, 10,7% realizam vigilância entomológica ativa e 26,8% realizam atividades de educação em saúde em relação ao vetor. Conclui-se como de extrema relevância o reconhecimento das condições estruturais e processos instituídos para o desenvolvimento de ações de vigilância e cuidado para DC a partir da APS. Ao reconhecer os contextos operacionais é possível canalizar esforço para fortalecer a APS no que se refere ao desenvolvimento de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, na perspectiva do cuidado integral para pessoas acometidas pela doença de Chagas.

Palavras-chave

doença de Chagas; estrutura; processos.

Agradecimentos

Unitaid, Ministério da Saúde - Brasil.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado

Autores

Lucélia Pereira dos Santos Cardoso, Ingredy Carolline de Jesus Santos, Eliana de Sousa Amorim, Andréa Silvestre de Sousa, Debbie Vermeij, Fernanda de Souza Nogueira Sardinha Mendes , Uanderson Gonçalves de Magalhães, Camila de Lima Garroux, Henny Luz Heredia Martínez , Fernanda Pernasetti de Farias Figueiredo