Dados do Trabalho


Título

PERFIL DE ACESSO A PrEP PELA POPULAÇÃO LGBTQIA+ COM FOCO NAS MULHERES TRANS E TRAVESTIS

Introdução

Objetivo (s)

Traçar o perfil da população LGBTQIA+ que acessa à profilaxia pré-exposição ao HIV, PrEP, focando em mulheres trans e travestis

Material e Métodos

Foi realizado um estudo ecológico transversal dividido em série temporal entre os anos de 2018 a 2021 com dados apresentados no painel de PrEP e relatório de monitoramento de profilaxias do HIV PrEP e PEP|2021, disponibilizado pelo Ministério da Saúde.

Resultados e Conclusão

Entre janeiro de 2018 e dezembro de 2021 a população em PrEP era de 29.989 pessoas, das quais 85% (n=25.463) correspondiam ao grupo de homens cis formado por gays e homens que fazem sexo com homens (HSH) nomeados de G1, 0,4% (126) homens trans (G2) e 3% (988) a soma de mulheres trans e travestis (G3). Com relação a escolaridade, em comparação aos seus próprios grupos, correspondentes de G1 com 12 ou mais anos de estudo equivaliam a 78% dessa população, G2 71%, enquanto G3 estava em 40%. Já nas pessoas com estudo de 8 a 11 anos, G1 equivalia a 21%, G2 21% e G3 47%, nos grupos de pessoas que estudaram de 0 a 7 anos G1 estava em 2%, G2 9% e G3 13%. No quesito raça/cor, G1 brancos e amarelos somavam 59% desse grupo, G3 47% e G2 45%, já G1 pretos e pardos somavam 41%, G2 54% e G3 52%, a população indígena que acessa essas estratégias é igual de 1% a menos. Em 2018, o total de mulheres trans e travestis em uso de PrEP era de 223 (2,8%), em 2019 houve um aumento para 450 (3,1%), já em 2020 eram 627 (2,9%) e por fim, em 2021 um total de 988 (3%) estavam em PREP. O grupo populacional que mais acessa essa estratégia são gays e HSH brancos, com escolaridade mínima de 12 anos ou mais o que sugere ser um público que acessou o ensino superior, dentre os homens trans, pretos e pardos com ensino superior possuem maior acesso e, mulheres trans e travestis pretas e pardas com 8 a 11 anos de estudo, sugerindo ensino fundamental completo ou incompleto, eram o maior número de acessos desse grupo. Diante do exposto evidenciam-se as diferenças no acesso da PrEP dentro da população LGBT+, na qual pessoas trans apresentam disparidades consideráveis na utilização dessa tecnologia. Apesar do número de mulheres trans e travestis em uso de PrEP estar crescendo ao longo dos anos, essa quantidade ainda não se assemelha ao restante da população, ponto que merece destaque tendo em vista que este grupo apresenta risco 14 vezes maior de contrair o HIV quando comparadas com mulheres cis de acordo com o Programa conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (UNAIDS).

Palavras-chave

PrEP; LGBTQIA+; MULHERES TRANS; TRAVESTIS; PROFILAXIAS HIV

Agradecimentos

Área

Eixo 14 | Outro

Autores

LARISSA KAROLINE ALVES DOS SANTOS