Dados do Trabalho


Título

Perfil epidemiológico e tratamento da esporotricose animal no Distrito Sanitário de Itapuã, Salvador, Bahia, no período de 2018 a 2022.

Introdução

A esporotricose é uma zoonose de relevância em saúde pública, transmitida pelo fungo Sporothrix spp. Desde 2018, Salvador vem apresentando casos autóctones, principalmente em felinos, se tornando de notificação obrigatória. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realiza a vigilância da esporotricose através da avaliação de animais suspeitos, em domicílio ou na unidade móvel de zoonoses (UMZ), dispensação do itraconazol (ITZ) para tratamento e recolhimento de cadáveres positivos. O munícipio é dividido em 12 distritos sanitários (DS), com perfis geográficos e socioeconômicos diversos. O DS Itapuã, entre 2018 a 2022, recebeu o maior número de notificações de esporotricose em felinos, com maior concentração nos bairros de Itapuã e Nova Brasília, caracterizados pelo adensamento populacional e vulnerabilidades socioespaciais.

Objetivo (s)

Realizar um estudo epidemiológico e discutir aspectos do tratamento para esporotricose em felinos avaliados pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), no DS Itapuã, de 2018 a 2022.

Material e Métodos

Compreende um estudo quantitativo baseado na análise de dados provenientes das fichas de investigação epidemiológica preenchidas durante os atendimentos a campo e tabuladas no ACCESS 2016.

Resultados e Conclusão

Foram notificados de 2018 a 2022, 3783 felinos suspeitos de esporotricose. Dentre esses, 959 foram oriundos do DS Itapuã, sendo que, 808 tiveram diagnóstico positivo, pelo critério clínico-epidemiológico ou laboratorial e foram tratados e acompanhados pelo CCZ. Verificou-se que 441 casos evoluíram para cura (54,57%); 38 tutores abandonaram o tratamento; 55 felinos desapareceram da moradia; 12 foram eutanasiados; 9 migraram para outros DS; 161 foram a óbitos e 92 ainda se encontram em tratamento há mais de um ano. Quanto ao perfil epidemiológico, 552 eram machos (68,3%); 735 (91%) eram adultos > 1ano; 805 (99,6%) sem raça definida; 548 (67,8%) tinham acesso a rua; e 549 (68%) não eram castrados. 130 tutores apresentaram lesões suspeitas de esporotricose.

Os tutores têm papel relevante no sucesso do tratamento, pela necessidade de isolamento dos felinos e utilização do itraconazol de forma adequada. O fornecimento do ITZ para animais, embora não obrigatório na rede pública e necessite de estudos aprofundados sobre a sua eficácia, se mostra importante como medida de controle da esporotricose, uma vez que concorre para redução do risco dos felinos tratados, transmitirem a doença para outros animais, para o meio ambiente e seus tutores.

Palavras-chave

Palavras-chave: Felino; Esporotricose; Tratamento.

Área

Eixo 12 | Infecções causadas por fungos

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Maria Gorete Magalhães Rodrigues , Danielle Dantas Lima, Ivana de Almeida Bispo Barbosa,, Samanta Souza Rodrigues da Conceição, Inara Cristina Leal Bastos, Isabel Meira Faleiro Neves, Daniela Oliveira Fernandes, Ana Lúcia Galvão Sales, Leandro José Pedreira Nogueira, Reydson Santos Amorim, Isolina Miguez Allen Ciuffo