Dados do Trabalho


Título

Perfil Epidemiológico dos Acidentes por Escorpiões na Bahia: análise dos dados do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) no período de 2018 a 2022

Introdução

O escorpionismo é um importante problema de saúde pública na Bahia, com ocorrência significativa em diversas regiões do estado, constituindo um dos eventos monitorados pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (CIATox-BA), centro de referência estadual em Toxicologia.

Objetivo (s)

O estudo objetivou descrever o perfil epidemiológico dos acidentes por escorpiões atendidos pelo CIATox-BA, nos anos de 2018 a 2022.

Material e Métodos

Realizou-se um estudo descritivo com abordagem quantitativa, utilizando-se dados secundários obtidos do Sistema Brasileiro de Dados de Intoxicações (Datatox).

Resultados e Conclusão

Nos últimos cinco anos, foram registrados 10.877 acidentes por escorpiões (coeficiente de incidência, CI = 70,54/100.00 hab). As três regiões de saúde com maior registro de acidentes foram Serrinha (n=1.193), Feira de Santana (n=1.065) e Santo Antônio de Jesus (n=840). Durante o período, os acidentes tiveram distribuição constante nos meses do ano, com leve aumento entre agosto e março. Acometeram equitativamente homens (49,48% dos casos) e mulheres (50,52%). As maiores frequências foram na faixa etária de 20 a 39 anos (26,8%) e em crianças de até 9 anos de idade (26,7%), esta última apresentou o maior CI (150 casos/por 100.00 habitantes). Houve leve predomínio de acidentes na zona urbana (51,5%) em relação à zona rural (47,2%). A maioria dos acidentes aconteceu em áreas residenciais (87,1%), pela circunstância acidental (96,3%), com baixo registro de acidentes ocupacionais (3,7%). Manifestações clínicas apareceram em 91% dos casos. Na classificação inicial, 88,23% dos casos foram considerados leves; 9,58% moderados e 2,19% graves, com destaque para a macrorregião de saúde Sudoeste, onde ocorreu o maior número de casos graves (n=83) e óbitos (n=04), em particular na faixa etária abaixo dos 05 anos. Foram hospitalizados 3,5% dos casos e 75% do total tiveram cura confirmada. Foram registrados 15 óbitos no período total, havendo uma queda progressiva no percentual de óbitos entre 2019 a 2022. Conclusão: O aumento dos acidentes por escorpiões pode estar relacionado com a ocupação desordenada do solo, o aumento da pobreza, a capacidade de algumas espécies de se adaptarem a novos ambientes e as mudanças climáticas. A análise dos dados epidemiológicos permite identificar características importantes dos casos, que podem auxiliar nas medidas de prevenção e controle deste agravo na Bahia.

Palavras-chave

Animais peçonhentos; escorpião; epidemiologia.

Agradecimentos

CIATox-a e SESAB.

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Eduardo Ameida Santos, Jucelino Nery da Conceição Filho, Paula Cristina Souza Ribeiro, Ana Cássia Baião de Miranda, Gabriel Almeida Peixoto, Iris Campos dos Santos, Juliana Almeida Silva, Michele Bulção de Sousa, Nathália Ribeiro dos Santos, Osvaldo Aurélio Magalhães de Santana, Terezinha Andrade Almeida