Dados do Trabalho


Título

NEUROCRIPTOCOCOSE POR CRYPTOCOCCUS GATTII: RELATO DE PACIENTE PEDIÁTRICO IMUNOCOMPETENTE EM USO DE FLUCITOSINA

Objetivos(s)

Relatar o caso de uma adolescente após a reintrodução da flucitosina como terapia adjuvante a anfotericina lipossomal no tratamento da neurocriptococose no Brasil, internada na enfermaria pediátrica da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, Manaus (Amazonas).

Relato do Caso

Paciente MRR, 14 anos, feminina, procedente de Borba - AM, residente em casa de madeira, iniciou quadro de náuseas, vômitos e cefaléia frontal em dezembro de 2022, evoluindo com amaurose fugaz, estrabismo e confusão mental. Admitida na FMT-HVD com a hipótese de meningite bacteriana aguda, sem resposta à antibioticoterapia, com piora progressiva do quadro de hipertensão intracraniana. A análise do segundo liquor evidenciou a presença de criptococos, e a cultura liquórica confirmou a espécie Criptococcus gattii. Instituído tratamento com anfotericina B lipossomal associada a flucitosina estendido por quatro semanas devido a presença de criptococoma em região de núcleos da base em exame de RNM de crânio, além de persistência dos sintomas neurológicos após as duas primeiras semanas de tratamento. Após melhora clínica e resultado de duas culturas de liquor negativas, foi iniciada fase de consolidação do tratamento com fluconazol com consequente alta para seguimento ambulatorial. Após 24 dias da alta, paciente retorna com sinais de hipertensão intracraniana grave e desnutrição, sendo novamente internada e submetida a nova fase de indução com anfotericina B lipossomal e flucitosina por mais 2 semanas após avaliação em conjunto da equipe da infectologia pediátrica e da neurologia diante do aumento da proteinorraquia nas análises de liquor realizadas na readmissão. Diante da melhora clínica e laboratorial, instituído fase de consolidação por 8 semanas, estando a paciente em seguimento ambulatorial multidisciplinar, atualmente já em fase de manutenção do tratamento. Avaliada pelo serviço de neurocirurgia, sem indicação de procedimento diante da RNM de controle que não evidenciou dilatação de ventrículos. Exame oftalmológico constatou grave comprometimento visual em olho esquerdo, e parcial em olho direito.

Conclusão

O tratamento da criptococose cerebral em pacientes imunocompetentes é uma questão desafiadora por diversos fatores, apresentando evolução grave e fatal em 80% dos casos. A paciente deste caso necessitou de tratamento estendido apesar da associação de duas drogas antifúngicas, com sequelas visuais graves.

Agradecimentos

Ao médicos da Fundação de Medicina Tropical.

Área

Eixo 12 | Infecções causadas por fungos

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Aline Cristiane Côrte Alencar, Vanine Lourdes Aguiar Lima Fragoso, Cássia Fernanda Penha Lima, Fagner Chagas Raulino Andrade