Dados do Trabalho


Título

Comparação do número de internações pela taxa de mortalidade por Leishmaniose nos últimos seis anos no Brasil

Introdução

A leishmaniose é uma doença negligenciada causada por parasitas do gênero Leishmania e transmitida por flebotomíneos. É uma patologia que apresenta diferentes formas clínicas, desde lesões cutâneas até formas mais graves, como a leishmaniose visceral.

Objetivo (s)

Descrever a evolução das internações por leishmaniose, bem como a taxa de mortalidade pela doença no Brasil, no período de 2017 a 2022.

Material e Métodos

Estudo observacional, de corte transversal, de caráter retrospectivo, utilizando dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Realizou-se uma análise comparativa do número de internações por Leishmaniose, sendo coletado informações sobre as 4 formas de notificação – Leishmaniose visceral, leishmaniose cutânea, leishmaniose cutâneo-mucosa e leishmaniose não especificada - em relação a taxa de mortalidade dessa doença no Brasil, nos últimos 6 anos.

Resultados e Conclusão

No período de 2017 a 2022, foram registradas 19.141 internações, das quais a maior parte se concentrou na Região Nordeste (45,3%, n=8.678), seguidas da Região Sudeste (27,2%, n=5.215) e da Região Norte (18,2%, n=3.486). A maior parte das internações se concentraram no ano de 2018 (21,7%, n=4.171), de 2017 (20,9%, n=4.017) e de 2019 (19,1%, n=3.652), enquanto, após o início do período pandêmico (2020), as internações caíram aproximadamente 7% em comparação ao período anterior à pandemia e, assim, seguiu um padrão decrescente nos anos de 2020 (13,3%, n=2.562), 2021 (13,3%, n=2.561) e 2022 (11,3%). Por fim, a taxa de mortalidade foi maior no ano de 2017 (3,86%), à medida que a menor taxa foi apresentada no ano de 2018 (2,97%), o que pode representar uma melhoria nas condições sanitárias de um ano para o outro, mesmo que a porcentagem das internações tenham permanecido próximas. Nos anos de pandemia, a Região Nordeste apresentou taxas de mortalidade elevadas, como em 2020 (5,1%) e em 2021 (5,3%), em que muitos casos de leishmaniose foram subnotificados, mas os que foram registrados, uma parcela significativa encontrou-se no pior desfecho: óbito. Dessa forma, apesar de a Região Norte e Nordeste serem regiões menos favorecidas ao acesso de saneamento básico, não pode ser descartado um olhar mais atento à Região Centro-Oeste, a qual possui poucos casos quando comparada a outras regiões, mas que apresenta taxas de mortalidade altas, provavelmente por não ter recursos sanitários voltados a essa condição por não ser tão prevalente.

Palavras-chave

Leishmaniose; Infecção por Leishmania; Mortalidade

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Arthur Santos Lima, Ananda Vieira de Lima Almeida, Rafael Amaral de Matos Albuquerque, Rafael Carneiro de Lélis