Dados do Trabalho

Título

Perfil epidemiológico de pacientes com AIDS no município de Vitória da Conquista na Bahia

Introdução

A AIDS (Acquired Immunodeficiency Syndrome) é uma doença infectocontagiosa causada pelo vírus HIV, sua transmissão ocorre por contato com secreções contaminadas, como também verticalmente. Possui evolução silenciosa ou com sintomas inespecíficos em sua fase aguda, e, com a progressão da perda celular, o paciente pode contrair doenças oportunistas. No Brasil, a taxa de detecção da AIDS foi de 7,2 (2021) e 16,5 (2022), a cada 100 mil habitantes.

Objetivo (s)

Analisar o perfil epidemiológico dos portadores de AIDS nos casos notificados no município de Vitória da Conquista no período de 2017 a 2023.

Material e Métodos

Estudo transversal descritivo, com dados secundários do município de Vitória da Conquista-Bahia, no período de 2017 a 2023, cedidos pela Secretaria Municipal de Saúde.

Resultados e Conclusão

Entre 2017-2022, foram registradas 540 notificações, com média de 88,33 casos/ano; a maior notificação foi em 2022 (n=116; DP: 32,47). Foram notificados casos entre pessoas de 11-69 anos, com pico de prevalência aos 28 anos (28 casos) e 23 anos (26 casos), sendo 96,2% residentes em zona urbana. A maior parte dos casos foi do sexo masculino (80,3%), com idade de 20-34 anos (55,7%) e 35-49 anos (34,8%), de raça/cor negra (pardos e pretos) (75,9%) e branca (20,0%), de escolaridade média (39,4%) e superior (51,9%). Foram notificados 12 casos entre mulheres grávidas, a maioria no 2º trimestre de gestação (5 casos). O registro de maior número de casos acumulados aconteceu no 4° trimestre de 2022, com 116 casos, totalizando um aumento de 38,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. A maioria das notificações (99,8%) foram realizadas em um serviço especializado da Rede de Atenção à Saúde do município, o Centro de Atenção e Apoio à Vida.
A taxa de detecção em 2022 foi quase 5 vezes superior à nacional, assim como em 2021 em menor proporção. A unidade especializada realizou a maioria das notificações, já que os casos suspeitos são direcionados para o diagnóstico nesse serviço. No entanto, chama a atenção a baixa captação desses pacientes pela Atenção Básica, já que as unidades básicas precisam funcionar como porta de entrada para pacientes com AIDS na rede pública, não postergando o diagnóstico.

Palavras-chave

AIDS, Perfil Epidemiológico, Incidência.