Dados do Trabalho


Título

VIGILÂNCIA ATIVA DA SEGURANÇA DAS VACINAS COVID-19 EM GESTANTES. BRASIL, 2021 A 2023

Introdução

Por questões éticas, gestantes não participam de estudos clínicos pré-comercialização de vacinas. Devido maiores riscos de complicações pela covid-19 nesse grupo, vacinas COVID-19 foram avaliadas como seguras para gestantes por serem de plataformas sem vírus vivos, porém, era importante a construção de mais evidências para melhor avaliar risco versus benefício. Então, foi implantada, em julho de 2021, vigilância ativa para monitoramento de gestantes vacinadas contra a covid-19 em Porto Velho/RO, Recife/PE, São José do Rio Preto/SP, Distrito Federal/DF e Porto Alegre/RS.

Objetivo (s)

Descrever resultados preliminares da vigilância ativa da segurança das vacinas COVID-19 em gestantes no Brasil entre 2021 e 2023.

Material e Métodos

Estudo descritivo com dados registrados no REDCap referentes ao monitoramento de gestantes vacinadas contra a covid-19 entre julho de 2021 e abril de 2023. Foram incluídas mulheres vacinadas na gestação, captadas no SIPNI, e entrevistadas com formulário padrão em 6 momentos desde a gestação até seis meses do bebê. Foram analisados dados sociodemográficos, clínicos e epidemiológicos por meio de frequências absolutas e relativas.

Resultados e Conclusão

Foram monitoradas 1.249 gestantes, das quais 47% eram brancas, 43% solteiras, 43% com ensino médio, 34% com plano de saúde. A principal comorbidade foi hipertensão (8%). Na gestação, 9% relataram ter tido covid-19, 42% eram primigestas e 22% com histórico de aborto. A maior parte foi vacinada no 2º trimestre da gestação (42%) e principalmente com Pfizer (46%) ou Coronavac (33%). Os principais ESAVI relatados foram dor local, principalmente após Pfizer (48%), e cefaleia (29%), calafrio (27%), mialgia (26%) e febre (25%) após Astrazeneca. A maior parte das gestações foi a termo (41%) com 54% dos partos cesáreos. A principal complicação foi aborto (3%), principalmente entre as vacinadas com Coronavac (4%). A maioria dos recém-nascidos nasceu com peso normal (92%), 2% apresentaram malformações, principalmente cardiopatias (1%). Concluiu-se que a grande maioria das reações relatadas foram ESAVIs não graves, reportados em bula e semelhantes aos encontrados na população geral. Os desfechos negativos detectados nas gestações e bebês estão entre os comumente observados e dentro da faixa de incidência basal esperada. A estratégia teve papel importante na coleta de maiores evidências sobre a segurança da vacinação em gestantes e na intensificação da vigilância de ESAVI nos locais onde foi implantada.

Palavras-chave

Farmacovigilância. Vacinas contra COVID-19. Gestantes.

Agradecimentos

Área

Eixo 09 | COVID-19

Autores

Martha Elizabeth Brasil Nóbrega, Roberta Mendes Abreu Silva, Cibelle Mendes Cabral, Carla Dinamerica Kobayashi, Monica Brauner de Moraes, Paulo Henrique Santos Andrade, Victor Bertollo Gomes Porto, Jadher Percio, Eder Gatti Fernandes