Dados do Trabalho

Título

NAS ASAS DA SENSIBILIDADE FISIOLÓGICA: UM DUELO ENTRE O ÁCIDO KÓJICO E O AEDES AEGYPTI

Introdução

A importância clínica do controle de mosquitos vetores está associada a potencial redução de danos envolvendo arboviroses de relevante impacto socioepidemiológico.

Objetivo (s)

A fim de averiguar as possíveis alterações fisiológicas no ciclo de vida do vetor Aedes aegypti, este estudo objetivou identificar os efeitos do ácido kójico (AK) em ovos sem a cutícula serosa desenvolvida, mensurar a produção de óxido nítrico (NO), molécula que auxilia nas propriedades fisiológicas, em larvas de ovos, com e sem cutícula, expostas ao AK, e elucidar a ação do AK no perfil celular do sistema imune das larvas.

Material e Métodos

Para análise do efeito do AK nos ovos, estes foram expostos em hipoclorito de sódio a 2-3% por 30 minutos. Os ovos com cutícula serosa foram obtidos de insetário cuja oviposição foi realizada em água desclorada (AD), a eclosão também em AD e durante o estágio larval L3, as larvas foram expostas ao AK na concentração de 1000 ppm durante 24 horas; já os ovos sem cutícula serosa foram obtidos de oviposição em recipiente com AK em 1000 ppm e posteriormente expostos em AD para eclosão; nos grupos controle, os ovos e larvas foram expostos somente à AD. A produção de NO baseou-se nas concentrações do íon nitrito (NO2-) no pool de hemolinfa de 20 larvas (L3) e foi determinada com base no reagente de Griess; foi usada como referência uma curva padrão de nitrito de sódio (NaNO2). Com espectrofotômetro na varredura de 590 nm, mediu-se a absorbância e foi analisado o comprimento de onda de cada substância. Os experimentos foram realizados em triplicata.

Resultados e Conclusão

A clarificação sugeriu, em microscopia de luz, maior presença de melanina nos ovos com cutícula e menor pigmentação nos ovos sem cutícula. A concentração de NO para os grupos de larvas de ovos com e sem cutícula (LOCC e LOSC), foi de 45,46 + 0,22 µM/mL e de 4,46 +5,40 µM/mL, respectivamente; já no grupo controle foi de 65,76 + 6,65 µM/mL, com diferença estatística significativa para o LOSC. No perfil celular das larvas, houve a predominância de hemócitos fagocitários dos tipos prohemócitos, plasmatócitos e granulócitos nas amostras, com cerca de 20% para cada um desses tipos celulares em relação ao controle. Em conclusão, o AK comprometeu a pigmentação dos ovos e favoreceu a diminuição dos níveis de NO, o que possivelmente pode resultar em modulação da resposta imune do Ae. aegypti, expandindo a seara para estudos promissores com o artrópode.

Palavras-chave

Aedes aegypti, ácido kójico, óxido nítrico, melanina, arboviroses, vetores.

Agradecimentos

UFPB/PPGMCF/FAPESQ/LAPAVET