Dados do Trabalho
Título
Adesão ao esquema de poliquimioterapia paucibacilar em pessoas acometidas por Hanseníase em Centro de Referência no Rio de Janeiro
Introdução
As pessoas acometidas por hanseníase (MH) com cinco ou menos lesões de pele ou baciloscopia negativa recebem esquema paucibacilar (PB). Até junho 2021 os pacientes recebiam poliquimioterapia (PQT-PB) com dois medicamentos, rifampicina e dapsona. Após a Portaria nº 71/2018 do Ministério da Saúde (MS) que unificou o tratamento (PQT-U), a clofazimina foi incorporada ao esquema PB, mantendo a duração de 6 meses. A proporção de cura de MH entre os casos novos no Brasil é considerada como regular na maioria das UF. As dificuldades de adesão ao tratamento podem estar relacionadas à vários fatores, mas a inclusão da clofazimina ao esquema e os seus efeitos adversos podem contribuir ao aumento do abandono.
Objetivo (s)
Comparar a adesão ao esquema PQT-U/6 meses com a PQT/PB em pacientes diagnosticados com MH em Centro de Referência do MS no Rio de Janeiro.
Material e Métodos
Estudo observacional retrospectivo descritivo aprovado pelo Sistema CEP/Conep (CAAE 61064522.8.0000.5248). Foram incluídos dados de pessoas acometidas por MH tratados com esquema PB no Ambulatório Souza Araújo, Fiocruz. Foram comparados dois grupos de pacientes que iniciaram tratamento entre julho de 2019 e junho de 2022 conforme esquema recebido, PQT-U/6 meses e PQT/PB. Detalhes dos casos de abandono foram obtidos a partir dos prontuários. As comparações foram realizadas utilizando testes não paramétricos, utilizando o programa OpenEpi (https://www.openepi.com/), considerando significativo um p valor menor que 0,05.
Resultados e Conclusão
Foram registrados 50 casos novos para esquema PB, 29 receberam PQT/PB e 21, PQT-U/6 meses. As características analisadas foram similares nos dois grupos: a maioria sexo masculino (52% e 57%, respectivamente), pardos, com escolaridade até o primeiro grau e forma clínica Borderline-Tuberculoide (BT). Três casos (6%) abandonaram o tratamento, um recebeu PQT-U, dois pacientes abandonaram aos 5 meses de tratamento, sendo que um deles cursava com reação reversa em vigência de corticoide
oral. Os efeitos colaterais foram comumente referidos como causas do abandono do tratamento, mais em apenas um paciente foi confirmado evento adverso. Ainda que uma baixa ocorrência de abandono tenha sido registrada, cada paciente que não se trata completamente pode estar sob risco de desenvolver incapacidade física ou progressão da doença. A assistência por equipe multidisciplinar, a informação e acolhimento ao paciente são essenciais para o sucesso no tratamento.
Palavras-chave
Adesão ao tratamento, hanseníase paucibacilar
Agradecimentos
Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz
Área
Eixo 13 | Tuberculose e Outras Micobactérias
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Cristiane Cardoso Domingues, Leonardo Lora Barraza, Anna Maria Sales, Ximena Illarramendi