Dados do Trabalho


Título

Evolução de internações hospitalares por doenças associadas à poluição atmosférica nas dez capitais mais populosas do Brasil e possíveis impactos da pandemia da COVID-19 nestes dados

Introdução

A poluição do ar está diretamente relacionada ao aumento nos casos de infecções respiratórias e agravamento de doenças agudas e crônicas, incluindo câncer de pulmão e distúrbios cardiorrespiratórios, comorbidades estas que acenderam um alerta na pandemia da COVID-19.

Objetivo (s)

O objetivo deste estudo foi mapear a evolução de internações hospitalares por doenças associadas a poluição do ar nas dez capitais mais populosas do Brasil e analisar possíveis impactos da pandemia da COVID-19 nestes dados.

Material e Métodos

Foram utilizados dados disponíveis no DATASUS, relacionados a internações hospitalares por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), Acidente Vascular Cerebral (AVC), Câncer de pulmão e Asma no período de 2000 a 2022, contemplando as seguintes capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Manaus, Curitiba e Goiânia.

Resultados e Conclusão

Considerando a segunda década analisada, em relação a primeira, os números de internações por IAM cresceram em todas as capitais: Goiânia (188,2%), Salvador (156,5%), Brasília (136,3%), Belo Horizonte (118%), Rio de Janeiro (88,4%), Manaus (87,3%), Curitiba (81,6%), Recife (52,3%), São Paulo (50,3%), Fortaleza (1,4%). Quanto às internações por AVC, destaca-se Recife, com aumento de 821,2%, Manaus (215%) e Salvador (128,5%). Brasília e Curitiba mostraram reduções de 21,6% e 0,16%, nesta ordem. Quanto ao câncer de pulmão destacamos Recife, com aumento de 503%, e Belo Horizonte (133%); já as demais não ultrapassaram 85%. Rio de Janeiro teve queda de 1,7%. Nas internações por Asma os números tiveram queda em Goiânia (78,9%), Fortaleza (62,4%), Manaus (50%), Belo Horizonte (38,7%) e São Paulo (26,3%). E acréscimos em Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Curitiba (10% a 33%) e Brasília (130%). Considerando a pandemia da COVID-19, em 2020, houve redução expressiva nas internações relacionadas a todas as doenças citadas (p<0,05), em relação à média dos cinco anos anteriores. Destacamos as admissões por Asma, que reduziram em todas as cidades, com quedas acima de 300% em algumas. No entanto, em 2022, os números voltaram a aumentar nas dez capitais, para todas as doenças analisadas. Estes dados reforçam a importância do monitoramento de poluentes do ar no Brasil, bem como de doenças associadas a esta exposição. Além disso, ressaltam a necessidade de um mapeamento profundo do real impacto da pandemia da COVID-19 nos sistemas de registro de dados em saúde no país.

Palavras-chave

Brasil; Doenças cardiorrespiratórias; Internações; Poluição do ar.

Agradecimentos

CAPES; FIOCRUZ

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Cleonilde Maria Nascimento, Sheilla Andrade Oliveira, Helotonio Carvalho