Dados do Trabalho


Título

GESTAÇÃO EM MULHERES COM INFECÇÃO PRÉVIA PELO VÍRUS ZIKA EM MANAUS, AMAZONAS: DESFECHOS E TRANSFERÊNCIA DE ANTICORPOS IgG

Introdução

Objetivo (s)

A presente proposta teve como objetivo estimar a frequência de desfechos adversos na gestação de mulheres que tiveram infecção pelo Zika vírus (ZIKV) antes da gravidez em Manaus, Amazonas.

Material e Métodos

A população foi composta por mulheres em idade fértil com infecção confirmada por ZIKV, que haviam participado de estudos anteriores em que foi realizada a busca de arboviroses na população em geral. As crianças que nasceram da primeira gestação pós infecção pelo ZIKV foram avaliadas na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) por uma pediatra quanto ao desenvolvimento neuropsicomotor, conforme a caderneta de saúde da criança. Foi realizada a detecção de anticorpos por método imunoenzimático, avaliada por meio da detecção qualitativa de anticorpos da classe IgG com confirmação e quantificação feita pelo Teste de Neutralização por Redução de Placas (PRNT80).

Resultados e Conclusão

Foi entrado em contato com 115 mulheres em idade fértil para verificar se haviam engravidado, obtendo-se êxito em 91,3% (105/115) dos contatos. Deste total, 22,9% (24/105) afirmaram ter engravidado após a infecção por ZIKV e, dentre elas, 20,8% (05/24) tiveram perdas fetais. Das 19 mães, 10 aceitaram participar da avaliação com seus filhos. No momento da avaliação pediátrica, a idade média foi 9,8 meses. Na sorologia, 70% (07/10) das mães foram positivas e 10% (01/10) das crianças também. No PRNT80, 90% (09/10) das mães foram submetidas a avaliação, sendo todas positivas e 33,3% (03/09) das crianças também. Todas as crianças foram avaliadas pela equipe de pediatria, sendo que 50% (05/10) apresentaram a classificação de “Alerta para o desenvolvimento”, 20% (02/10) “desenvolvimento adequado com fatores de risco” e 30% (03/10) “Desenvolvimento adequado”. O estudou evidenciou a transferência de IgG anti-Zika das mães para o primeiro filho pós-infecção até os 3 meses de vida, além disso todas as mulheres que foram positivas para ZIKV no passado possuíam no momento da avaliação anticorpos neutralizantes contra o vírus. Informações a respeito de populações como a apresentada neste estudo ainda são escassas e sem evidências robustas, portanto, é encorajado que novos estudos prospectivos sejam realizados de forma aprofundada para o entendimento os efeitos da doença a longo prazo.

Palavras-chave

ZIKV, gravidez, transferência de anticorpos, saúde infantil, Crescimento e desenvolvimento

Agradecimentos

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior; Fundação de Amparo da Pesquisa do Estado do Amazonas

Área

Eixo 08 | Arboviroses

Autores

Yanka Karolinna Batista Rodrigues, Yasmin Castilho Barbosa da Silva, Rosicleide Silva Brasil, Isa Cristina Ribeiro Piauilino, Maurício Teixeira Lima, Sergio Damasceno Pinto, Luiz Henrique Gonçalves Maciel, Francielen Azevedo Furtado, Solange Dourado Andrade, Marcia Costa Castilho, Camila Helena Aguiar Bôtto Menezes