Dados do Trabalho
Título
Ecoepidemiologia da dengue no Sul do Brasil.
Objetivo (s)
O objetivo deste trabalho foi analisar a distribuição espaço-temporal da dengue no Sul do Brasil entre os anos de 2001 e 2021, e entender o papel dos fatores climático/ambientais e da infestação pelo Ae. aegypti nessa incidência.
Material e Métodos
O estudo foi realizado com os municípios do Sul do Brasil que abrange os estados do Paraná (PR), Santa Catarina (SC) e Rio Grande do Sul (RS). Foram utilizados dados de fontes secundárias dos casos de dengue confirmados por critério clinico-epidemiológico ou laboratorial do SINAN; dados do Índice de Infestação Predial (IIP) do Ae. aegypti do Ministério da Saúde; dados climáticos da plataforma Giovanni da Nasa e dados ambientais do Projeto MapBiomas. Para o mapeamento da Incidência da Dengue (ID) foi utilizado o software QGIS para a produção dos mapas.
Resultados e Conclusão
Entre 2001 e 2021 foram notificados 667,931 casos de dengue, por município de residência, no Sul do Brasil. Sendo 601,532 casos no PR (média de incidência de 363.02 casos/100 mil hab.), 24,423 em SC (média de 9.65 casos/100 mil hab.) e 41,97 no RS (média de 11.09 casos/100 mil hab.). A ID entre as mesorregiões (p=0.001), estados (p=0. 007) e os anos (p=0.001) apresentaram diferenças significativas. As ID tendem a ser maiores e estar se expandindo pelo oeste, sendo que as mesorregiões Noroeste Paranaense (PR) (média 756.72 casos/100 mil hab.), Oeste Catarinense (SC) (média de 16.80 casos/100 mil hab.) e Noroeste Rio-grandense (RS) (média de incidência de 22.29 casos/100 mil hab.) apresentaram maiores incidências. O modelo de correlação da ID com as variáveis independentes foi significativo (p=<0.001) e as variáveis explicam 31% da variabilidade dos casos de dengue na região Sul. As variáveis climáticas/ambientais que tiveram associações significativas com a ID foi a média de temperatura máxima no PR (p=0,041) e no RS (p=0,031); e correlação negativa da agropecuária na região Sul (p=0,06). Conclusão: Estudos anteriores observaram que a região Sul do Brasil era uma das que apresentavam menores casos de dengue e menor taxa de incidência. Entretanto, com o presente estudo tem-se observado uma mudança nessa dinâmica, com um número alarmante de municípios sulistas registrando seus primeiros casos de dengue, e a região sendo considerada uma nova fronteira para a transmissão da doença, trazendo preocupação e gerando um alerta para medidas de controle, monitoramento e vigilância.
Palavras-chave
arbovírus; clima; controle epidemiológico; mosquito; temperatura.
Agradecimentos
UNISUL e CAPES
Área
Eixo 08 | Arboviroses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Joice Guilherme de Oliveira, Paula Fassicolo Variza, Edenilson Osinski Francisco, Millena Fernandes, Caroline Pereira Vieira, Marcella Silva Ribeiro, Betine Pinto Moehlecke Iser, Sérgio Antonio Netto, Camila Lorenz, Josiane Somariva Prophiro