Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA HANSENÍASE NO ESTADO DA BAHIA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS

Introdução

Hanseníase é uma endemia no Brasil que ocupa o segundo lugar no mundo em números de casos. É transmitida principalmente pelas vias aéreas superiores e necessita de maior grau de contato, colocando pessoas que habitam juntas mais vulneráveis à contaminação. Torna-se um desafio a notificação de casos devido a necessidade de preparo dos profissionais para diagnóstico de uma condição que tem uma clínica com muitos diagnósticos diferenciais.

Objetivo (s)

Estudar a epidemiologia da hanseníase para entender o nicho acometido assim direcionar insumos e propostas de educação em saúde para esse público e reduzir significativamente as taxas dessa patogenia.

Material e Métodos

Estudo do tipo descritivo com corte transversal das notificações por hanseníase, com série histórica temporal entre 2018 e 2022, por local de residência, a partir dos dados obtidos pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH/DATASUS). Foram analisadas as seguintes variáveis: faixa etária, ano atendimento, cor/raça, classificação operacional e forma clínica diagnosticada.

Resultados e Conclusão

Nos últimos cinco anos (2018-2022), percebe-se uma redução do número de casos, no entanto, vale salientar uma regularidade entre 2018 e 2019 e uma queda a partir de 2020. Isso permite correlacionar a subnotificação em virtude da pandemia do COVID-19, sendo o número de homens (6327) maior do que o número de mulheres (4966) em 12%. No que se refere ao grau de escolaridade, percebe-se que quanto menor o nível de escolaridade, maior o número de pacientes acometidos. Para a raça, o maior número de casos é nos pacientes pardos e negros, totalizando 80% (9066/11302). Os números começam a ser expressivos na faixa etária a partir dos 20 anos (1053) e se intensificam a partir dos 40 anos em 100% (2160) quando comparado ao número anterior, atigindo seu pico dos 50 aos 59 anos com 2238 casos (19,8%), quando começa a decair, mas ainda segue com 1877 casos (60-69 anos) e 1028 casos (70-79anos). 74% (8383) de todos os pacientes diagnosticados com a hanseníase possuem a forma multibacilar e 36% a forma paucibacilar. 34,86% do total de pacientes possui a forma dimorfa, seguido de 17,86% da forma virchowiana, 14,50% da forma indeterminada, 13,24% a forma tuberculóide e 11,18% não classificados. Nota-se que a forma mais comum da doença é a de manifestação clínica mais avançada (multibacilar) e concomitantemente acometendo a população mais vulnerável social e economicamente.

Palavras-chave

Hanseníase
Infecção

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

ALEF SANTIAGO REZENDE, ANA CAROLINE SANTOS GOMES, CAROLINE SILVA NOVIS, RAFAEL CARNEIRO DE LELIS