Dados do Trabalho


Título

Manutenção e expansão da colônia de Lutzomyia longipalpis no insetário do Instituto Gonçalo Moniz, FIOCRUZ-BA

Introdução

Os insetos da espécie Lutzomyia longipalpis são considerados adaptados ao ambiente urbano, possuem ciclo de vida completo, e seu principal ambiente para o desenvolvimento larval é solo rico em matéria orgânica. A fêmea do inseto realiza hematofagia em hospedeiros vertebrados para a maturação de seus ovos. Esses insetos possuem capacidade vetorial para transmitir a Leishmania infantum, protozoário causador da leishmaniose visceral, doença parasitária de grande importância nas Américas. Assim, o estudo e cultivo laboratorial desses insetos é essencial para o desenvolvimento de novas tecnologias e medidas de controle, além do entendimento da relação entre o vetor, parasita e hospedeiro. Atualmente, no estado da Bahia, o Instituto Gonçalo Moniz (FIOCRUZ-BA) é a única instituição que possui uma colônia de flebotomíneos.

Objetivo (s)

Descrever a manutenção e expansão da colônia de L. longipalpis no Instituto Gonçalo Moniz.

Material e Métodos

A manutenção da colônia foi realizada seguindo o ciclo natural de vida do inseto. Para favorecer a expansão da colónia, foram feitas melhorias para otimizar a criação. O tecido voile branco foi substituído por um tecido escuro, as fêmeas adultas foram separadas dos machos para oviposição, os potes de larvas foram colocados em uma incubadora para melhor controle de temperatura e umidade, e a duração da alimentação sanguínea das fêmeas adultas foi estendida para oito horas, entre outros ajustes. Os insetos na fase larvar foram alimentados com uma ração especial adaptada, preparada no laboratório. A evolução dos estádios larvares de cada pote foi registada diariamente para verificar a eficácia destas alterações.

Resultados e Conclusão

Resultados: Após a aplicação dessas estratégias de criação, houve um aumento de quase 30x no número de fêmeas, passando de 100 exemplares em abril 2022 para 2995 em cinco meses. Com o aumento gradativo de fêmeas, houve também um aumento no número de potes de larvas, fazendo com que dos três potes iniciais fosse possível chegar a 14 potes nesse intervalo. Atualmente estamos com uma média de 2000 fêmeas e 23 potes mensais, com a expectativa de maior crescimento da colônia nos próximos meses. As estratégias adotadas mostraram-se promissoras para a expansão da colônia, permitindo um maior número de experimentos com os insetos.

Palavras-chave

Inseto; Mosquito; Vetor; Leishmaniose

Agradecimentos

Fapesb, NIH

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Autores

Willian Anderson Rosa Campos, Marcos Rogerio Silva dos Santos Junior, Jânio Rodrigo de Jesus Santos, Quele Bandeira Silva, Lucas Lemos Vianez da Silveira, Claudia Ida Brodskyn, Deborah Bittencourt Mothé, Manuela da Silva Solcà