Dados do Trabalho


Título

Hesitação vacinal entre profissionais de saúde da atenção primária à saúde de Campo Grande, Mato Grosso do Sul

Introdução

A vacinação, enquanto estratégia de proteção à saúde tanto no âmbito individual como coletivo, é bem estabelecida como uma das medidas mais eficazes no combate às diversas doenças infecciosas que acometem a população. Sua efetividade está condicionada a altos percentuais de coberturas e à equidade do acesso, uma vez que populações com elevadas e homogêneas coberturas vacinais sinalizam a boa capacidade de superação das disparidades sociais pelos sistemas de saúde. A hesitação vacinal, que é entendida como o atraso em aceitar ou a recusa de vacinas, é um fenômeno comportamental complexo em relação a seus determinantes (que envolvem aspectos culturais, sociais e econômicos), e tem sido associada com a queda dos percentuais de cobertura vacinal em todo mundo.

Objetivo (s)

O objetivo deste estudo foi avaliar a hesitação vacinal em profissionais de saúde da atenção primária à saúde (APS) de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, que conta com 78 unidades básicas de saúde no final de 2022.

Material e Métodos

O estudo foi fundamentado em dados primários, coletados a partir de entrevistas realizadas com profissionais da APS. A entrevista foi realizada com base nos questionários de hesitação vacinal que foram publicados pela Organização Mundial de Saúde em 2015. A coleta de dados começou em novembro de 2022 e até maio de 2023 foram entrevistados 120 profissionais, lotados em 25 unidades de saúde que possuem sala de vacinação.

Resultados e Conclusão

O tempo médio de atuação na APS dos profissionais foi de 9,6 anos. Cerca de um quarto dos entrevistados (26,7%) hesitaram em se vacinar, sendo que destes 16,7% recusaram alguma vacina; 94,7% das recusas relacionaram-se com as vacinas contra COVID-19. A segurança da vacina e a preocupação com os efeitos adversos foram os principais motivos relacionados com a hesitação no nível individual. No âmbito coletivo, 63,3% afirmaram que hesitação afeta a cobertura vacinal dos pacientes do território onde atuam e 75,0% dos profissionais não se sentem preparados para repassar orientações sobre vacinação, especialmente quais vacinas e seus respectivos esquemas estão disponíveis na unidade de saúde onde trabalham. Estes achados destacam a necessidade de investir em ações capacitação e formação continuada sobre o Programa Nacional de Imunização do Brasil para sensibilizar os profissionais de saúde APS, que representam a maior força de trabalho do SUS e são essenciais para o alcance das metas de cobertura vacinal.

Palavras-chave

Hesitação Vacinal; Atenção Primária à Saúde; Vacinação; Profissionais de Saúde.

Área

Eixo 05 | Imunizações/ Saúde do viajante

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Danilo dos Santos Conrado, Ana Isabel do Nascimento, Sara Raquel Pinto Borges, Robson França Gomes e Silva, Rodrigo Mayer Pucci, Maria Elizabeth Araújo Ajalla, Cláudia Du Bocage Santos-Pinto, Everton Falcão de Oliveira