Dados do Trabalho


Título

Hesitação vacinal entre adultos e idosos residentes de Campo Grande, Mato Grosso do Sul

Introdução

No Brasil, as ações do Programa Nacional de Imunização têm contribuído substancialmente para redução expressiva da carga de doenças imunopreveníveis. No entanto, a partir de 2016, tem sido observada uma queda expressiva na cobertura vacinal. A hesitação vacinal, que é entendida como o atraso em aceitar ou a recusa de vacinas, é um fenômeno comportamental complexo que envolve aspectos culturais, sociais e econômicos.

Objetivo (s)

O objetivo deste estudo foi avaliar a hesitação vacinal de residentes de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, que em 2022 tinha população estimada de 942.140 habitantes.

Material e Métodos

O estudo foi fundamentado em dados primários, coletados a partir de entrevistas realizadas durante um inquérito domiciliar de base populacional para estimar a cobertura vacinal global que está em andamento na cidade. Para avaliar a hesitação vacinal, foi aplicado um questionário da Organização Mundial de Saúde sobre este tema. A coleta de dados começou em outubro de 2022 e até maio de 2023 foram entrevistados 295 indivíduos, entre adultos e idosos.

Resultados e Conclusão

A média de anos de estudo foi de 9 anos de estudo. A maioria dos entrevistados (95,6%) acredita que vacinas protegem contra doenças graves. Quanto a hesitação e recusa vacinal, 34,9 e 18,3% relataram atraso na aceitação e recusa em se vacinar, respectivamente, sendo que 64,7% dos atrasos e 62,3% das recusas relatadas ocorreram após o início da pandemia de COVID-19. Dentre as recusas e hesitações, 62,6% foram diretamente relacionadas com as vacinas contra COVID-19. A vacina contra a influenza foi alvo de 14,6% das hesitações e recusas, as demais 16 vacinas do calendário vacinal somaram 22,8% de recusas e hesitações. Segurança e efetividade das vacinas foram os motivos para justificar a hesitação e recusa. Outros motivos de hesitação relacionaram com a conveniência e importância atribuídas a vacinação (26,3%), dos quais 46,5% relataram não achar a vacinação necessária e 19,7% não sabiam onde obter informações confiáveis sobre as vacinas. Em relação ao acesso aos serviço de saúde com sala de imunização e oferta de vacinas, 21,0% relataram dificuldades de acesso e 35,8% já deixaram de se vacinar por falta de vacinas nos serviços de saúde. Estes achados destacam a necessidade de investir em ações ampliação da oferta de vacinas e em ações de educação em saúde sobre vacinação para sensibilizar a população sobre a importância das vacinas no âmbito individual e coletivo.

Palavras-chave

Hesitação Vacinal; Inquérito Domiciliar; Vacinação; Recusa Vacinal.

Agradecimentos

Área

Eixo 05 | Imunizações/ Saúde do viajante

Autores

Ana Isabel Nascimento, Danilo dos Santos Conrado, Micael Viana de Azevedo, João Cesar Pereira da Cunha, Gabriel Serrano Ramires Koch, Laysa Gomes Osório, Samara Tessari Pires, Letícia Suemi Arakaki, Maria Elizabeth Araújo Ajalla, Cláudia Du Bocage Santos-Pinto, Everton Falcão de Oliveira