Dados do Trabalho


Título

Perfil epidemiológico dos óbitos por homicídios ocorridos em um Estado do Nordeste Brasileiro de 2009 a 2022

Objetivo (s)

Descrever o perfil epidemiológico da mortalidade por homicídios ocorrido no Estado do Ceará, no período de 2009 a 2022.

Material e Métodos

Pesquisa descritiva, com dados de mortalidade do estado do Ceará. A coleta de dados foi realizada a partir de dados publicizados pela Secretaria da Saúde do Estado do Ceará - SESA. O período de análise correspondeu aos óbitos ocorridos de 2009 a 2022.

Resultados e Conclusão

No período do estudo foram registrados 52.029 óbitos por homicídios, com destaque para o ano de 2017 (5.438/10,5%) e coeficiente de mortalidade de com 60,3 óbitos por 100 mil habitantes. Por outro lado, verificou-se uma redução de 44,8% dessa taxa em relação ao ano de 2022, que apresentou uma taxa de 33,2 óbitos por 100 mil habitantes. O sexo masculino prevaleceu em 97,0% dos óbitos por homicídio. Destaca-se a grande instabilidade na tendência da mortalidade nas faixas etárias de 10 a 19 anos e de 20 a 39 anos, ambas apresentando as maiores taxas no ano de 2017, com, respectivamente, 73,2 e 110,4 óbitos por 100 mil habitantes. A ocorrência de homicídios predominou em via pública, em 2021 destaca-se a alta proporção de óbitos em domicílio para o sexo feminino (20,6%) quando comparada ao sexo masculino (8,4%). Em relação ao ano de 2018 evidenciou a maior mortalidade para o sexo feminino, correspondendo a 10,2 óbitos por 100 mil habitantes. Comparando-se a mortalidade nas regiões de saúde do estado nos anos 2009 e 2022, a região do Litoral Leste apresentou a maior taxa de mortalidade por homicídios em 2022 (50,7 óbitos por 100 mil habitantes). Comparando os dois anos citados, a Região do Litoral Leste apresentou 160,0% de aumento nos homicídios, seguida da Região Norte (118,2%) e Região de Fortaleza (14,6%). A Região do Cariri foi a única que apresentou redução de 9,0% na taxa de homicídio nos anos considerados. Segundo o meio de agressão, destacam-se os homicídios por armas de fogo, com aumento de 63,5% de óbitos em 2009 para 84,9% de óbitos em 2020. Conclusão: A violência concentra-se em pessoas do sexo masculino, nas faixas etárias de adultos jovens, com ocorrência maior em via pública, no entanto, nos últimos anos analisados, que correspondem ao período de pandemia o aumento de óbitos ocorridos em domicílio e em pessoas do sexo feminino levanta preocupação com a mortalidade relacionada à questão de gênero no estado onde as desigualdades de gênero aumentam a vulnerabilidade das mulheres a certos tipos de violências que podem culminar em morte.

Palavras-chave

Homicídio; Epidemiologia; Brasil

Área

Eixo 14 | Outro

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

JULIANA ALENCAR MOREIRA BORGES, ADRIANA ROCHA SIMIÃO, HELENIRA FONSECA DE ALENCAR , PRISCILLA DE LIMA CARNEIRO , MABELL KALLYNE MELO BESERRA, ANA MARIA PEIXOTO CABRAL MAIA , SELMA ANTUNES NUNES DINIZ, KELLYN KESSIENE DE SOUSA CAVALCANTE, PRISCILA ALENCAR MENDES REIS, PAULO CÉSAR DE ALMEIDA