Dados do Trabalho

Título

Distribuição Sazonal de Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) no campus da Universidade Federal de Campina Grande, Cajazeiras, Estado da Paraíba

Introdução

O Aedes aegypti é um culicídeo que atua como vetor de arboviroses que periodicamente atingem a população gerando epidemias e que está cada vez mais adaptado às diferentes condições ambientais, um dos fatores que dificulta o êxito dos métodos de controle.

Objetivo (s)

Relacionar a densidade de ovos das fêmeas de Aedes aegypti com os índices de temperatura, umidade e pluviosidade no Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande em Cajazeiras-PB, de clima semiárido quente e seco.

Material e Métodos

Foram utilizadas 51 armadilhas do tipo ovitrampa para a captura dos ovos das fêmeas de Aedes, instaladas no campus, de acordo com as preferências ambientais do mosquito e permaneceram em campo de junho de 2019 a março de 2020. Foram realizadas 39 vistorias semanais, onde a quantidade de ovos e larvas encontrados nas armadilhas foram registrados junto aos dados de pluviosidade, temperatura e umidade coletados no Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e no site da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA). Foi realizada, com 10% dos ovos coletados, a eclosão de larvas em recipientes de plástico contendo 1L de água e grãos de arroz para alimentação das larvas e posterior identificação da espécie através da suas estruturas morfológicas.

Resultados e Conclusão

Foram coletados 6296 ovos e 759 larvas de Ae. aegypti, sendo que os meses de janeiro, fevereiro e março apresentaram maiores taxas de Índice de Positividade de Ovitrampas, e os meses de fevereiro, março e junho apresentaram as maiores taxas de Índice de Densidade de Ovos. Constatou-se que a pluviosidade foi o fator abiótico que exerceu maior influência sobre o aumento da densidade de ovos nas armadilhas. A manutenção da oviposição nos períodos de seca pode estar relacionada a resistência dos ovos à dessecação e a presença de possíveis criadouros crípticos nos períodos de estiagem aliados ao comportamento de oviposição em saltos, desenvolvido pela fêmea do mosquito para manter a oviposição ativa mesmo em condições desfavoráveis de pouca oferta de água no ambiente. Esse estudo é pioneiro no semiárido nordestino, ressaltando a importância da elucidação do padrão comportamental dos culicídeos vetores para a partir disto, traçar estratégias de controle do inseto baseadas nas particularidades do bioma Caatinga. Esses dados podem subsidiar estratégias voltadas para a realidade do campus e do semiárido paraibano.

Palavras-chave

Aedes aegypti; Ovitrampas; Saúde Pública

Agradecimentos

Comunidade acadêmica do CFP/UFCG