Dados do Trabalho


Título

NÍVEIS ELEVADOS DE LPS E CD14 SOLÚVEL PODEM ESTAR ASSOCIADOS A QUADROS SINTOMÁTICOS E DE HOSPITALIZAÇÃO NA COVID-19

Introdução

A COVID-19 é um agravo causado pelo SARS-CoV-2 cuja evolução apresenta um comprometimento sistêmico e intensa resposta inflamatória. Embora o quadro respiratório seja mais frequente, os pacientes também podem evoluir com comprometimento de outros órgãos, incluindo manifestações gastrointestinais decorrentes da presença do vírus na mucosa.

Objetivo (s)

Desse modo, nosso objetivo foi avaliar a ocorrência de translocação bacteriana (TB) e resposta inflamatória na COVID-19, correlacionando-as com a gravidade da doença.

Material e Métodos

Para isso, duas coortes foram acompanhadas prospectivamente: 1) FIOCRUZ: indivíduos negativos (IN;n=57) ou com histórico de infecção por SARS-CoV-2 [assintomáticos (CoV-A;n=61) e sintomáticos (CoV-S;n=21)]; 2) UNIFESP: indivíduos hospitalizados em decorrência da COVID-19 (CoV-H;n=50). A presença de TB foi avaliada pela quantificação plasmática de I-FABP/MIF/LPS/sCD14.

Resultados e Conclusão

De maneira interessante, os indivíduos CoV-H apresentaram níveis elevados de I-FABP na admissão do estudo quando comparados aos CoV-S e IN. Apesar disso, em nenhum dos grupos foi possível observar diferenças significativas ao longo do acompanhamento clínico. Em relação à quantificação de MIF, verificou-se que os CoV-A apresentaram níveis significativamente maiores que os IN aos 4 meses de acompanhamento. Já os CoV-H apresentaram níveis elevados na admissão do estudo quando comparados aos IN. Tais níveis diminuíram progressivamente até 21 dias pós-infecção, alcançando quantificações discretamente inferiores quando comparados aos IN (p=0,08). Em relação à quantificação de LPS, os CoV-S apresentaram níveis elevados quando comparados aos CoV-A e IN aos 2 e 4 meses de acompanhamento (p<0,05), enquanto os CoV-H apresentaram níveis elevados e constantes ao longo de todo o acompanhamento. Em relação ao sCD14, os CoV-S apresentaram níveis elevados quando comparados aos CoV-A na admissão do estudo e aos 2 meses de acompanhamento. Apesar disso, em ambos os grupos não foi possível observar diferenças significativas em relação aos IN. Por outro lado, os CoV-H apresentaram níveis elevados de sCD14 na admissão, com uma diminuição significativa aos 10 e 21 dias pós-infecção. Entretanto, tais níveis permaneceram significativamente superiores aos observados nos IN. Em conjunto, esses resultados sugerem que há translocação bacteriana em pacientes infectados por SARS-CoV-2 e que níveis elevados de LPS e sCD14 podem estar relacionados à presença de sintomas ou à hospitalização relacionada à COVID-19.

Palavras-chave

COVID-19,gravidade

Agradecimentos

Área

Eixo 09 | COVID-19

Autores

Gabriela Corrêa e Castro, Maria Luciana Silva de Freitas, Zilton Vasconcelos, Adriana Bonomo, Wilson Savino, Ricardo Diaz, Alda Maria da Cruz, Joanna Reis Santos de Oliveira