Dados do Trabalho

Título

Estigma relacionado à hanseníase em pesquisas globais: análise cienciométrica de 36 anos

Introdução

A mensuração do estigma pela hanseníase por meio do uso de escalas validadas, têm sido uma abordagem importante para compreender e mensurar o impacto do estigma na vida das pessoas afetadas pela doença. Através dessas pesquisas, tem a possibilidade de uma visão mais objetiva e quantitativa do estigma, permitindo a comparação entre diferentes populações, intervenções e contextos.

Objetivo (s)

Caracterizar o perfil cienciométrico e tendência de pesquisas globais direcionadas à mensuração de estigma relacionado à hanseníase fundamentadas na adoção de escalas validadas no período 1986–2022.

Material e Métodos

Pesquisa bibliográfica cienciométrica, com descritores: ‘leprosy’, ‘Mycobacterium leprae’, ‘stigma’ e ‘scale’. As publicações foram reconhecidas nas bases de dados Scopus®, Pubmed®, Web of Science® e Dimensions®. Após análise de indicadores cienciométricos, definiu-se a base de dados Scopus® como referência pelo alcance no tema. Utilizado joinpoints para análise de tendência temporal e os softwares VOSviewer® e CiteSpace para visualização de citações, palavras-chave, cooperação científica e análise de status atual e tendências futuras.

Resultados e Conclusão

Das 78 publicações identificadas, 44 (56,4%) foram analisadas, englobando 169 autores. Verificou-se tendência de incremento do número de publicações a partir de 2010. Quanto a origem dos autores, prevaleceu a Ásia (n=27; 64,3%), seguida por África (n=7; 16,7%) e América do Sul (n=6; 14,2%). A maioria dos estudos foram realizadas na Indonésia (n=14; 28,7%), Índia (n=10; 20,4%) e Brasil (n= 6; 12,2%). Os 10 pesquisadores mais produtivos estão na primeira autoria em 36,4% (16/44) dos estudos analisados. A origem da autoria com maior participação em produções foi holandesa, inserindo-se como primeiro autor em 9,1% (4/44) das publicações. Os descritores de busca mais utilizados foram ‘leprosy’ (20), ‘stigma’ (12) e ‘disability’ (5). Conclui-se que em 36 anos de análise, as investigações acerca da mensuração do estigma em hanseníase com uso de escalas têm crescido. As produções incluíram contextos endêmicos globais, entretanto, ainda com limitada participação de grupos de pesquisa oriundos destes contextos. A mensuração do estigma a partir de pesquisas mais colaborativas e oriundas dos países de maior endemicidade pode instrumentalizar ações estratégicas a nível global de redução do estigma, promoção da saúde e garantia dos direitos humanos, reforçando a Estratégia Global de Hanseníase 2021–2030, rumo à zero hanseníase.

Palavras-chave

Hanseníase. Escala. Estigma. Cienciometria.