Dados do Trabalho


Título

Internações por malária no Brasil: uma comparação entre a área endêmica e não endêmica para a doença de 2011 a 2019

Introdução

A malária é uma doença infecciosa que, apesar de tratável, causa grande morbidade no Brasil, chegando inclusive a registrar casos graves e internações. Por possuir uma área endêmica (região amazônica) e uma área não endêmica (região extra-amazônica), o Brasil se divide em perfis diferentes de internações pela doença.

Objetivo (s)

Descrever características das internações por malária no Brasil, nas regiões amazônica e extra-amazônica de 2011 a 2019.

Material e Métodos

Estudo descritivo, com dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) e sistemas de notificação de casos de malária (Sivep-Malária e Sinan). Foram consideradas internações por malária os registros de internação por CID-10 principal e secundário B50 a B54 no SIH/SUS e todos os casos positivos notificados no Sivep-Malária e Sinan, incluindo recaídas.

Resultados e Conclusão

De 2011 a 2019 foram registradas 22.025 internações por malária no Brasil e 1.956.590 casos. Dos casos, 99,7% foram registrados na área endêmica, enquanto das internações foram 90,6%. A proporção total de casos internados foi de 1,1%, ou 11,2 a cada 1.000 casos. Dentre os casos notificados na região não-endêmica 30,1% foram internados, proporção 29 vezes maior que a proporção de casos internados na região endêmica (apenas 1,0%). Na região endêmica, 51,9% das internações foram do sexo masculino, enquanto na região não endêmica foram 76,6%. Considerando as espécies parasitárias, do total de internações, na região endêmica, a maior parte foi por P. vivax (68,7%) seguido de malária não especificada (14,6%) e P. falciparum (14,5%). Na região não endêmica, há uma inversão, com a maior parte das internações sendo registrado como malária não especificada (46,7%) seguido de malária por P. vivax (24,8%) e P. falciparum (22,6%).

O perfil de internações no Brasil varia de forma importante entre a região endêmica e não endêmica. A alta proporção de internações de casos na região extra-amazônica mostra que o risco de ser internado nessa região, em decorrência de complicações da doença, é expressivamente maior, possivelmente devido a demora no diagnóstico. A alta proporção de casos de malária internados por malária não especificada na região extra-amazônica reforça a hipótese de demora ou mesmo falha no diagnóstico em unidades hospitalares, dificultando o manejo clínico dos pacientes e a vigilância das internações nessa região.

Palavras-chave

Malária; Internação; Região amazônica; Região extra-amazônica.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Anderson Coutinho da Silva, Walter Massa Ramalho, Klauss Kleydmann Sabino Garcia