Dados do Trabalho


Título

INVESTIGAÇÃO DE CASOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NO ESTADO DO AMAZONAS

Introdução

A leishmaniose visceral (LV) afeta o homem e diversos outros mamíferos, tendo os canídeos domésticos como principais reservatórios em ambientes urbanos. É causada pelo prozoário Leishmania infatum chagasi, e transmitido pelos flebotomíneos Lutzomyia longipalpis e L. cruzi, principais espécies envolvidas na transmissão no Brasil. Nas Américas, é registrada em 13 países, porém 93% dos casos ocorrem no Brasil, aonde se encontra em crescente expansão geográfica. Atualmente, a LV é endêmica em 24 unidades federativas, não sendo registrada nos estados do Amazonas, Acre e Rondônia.

Objetivo (s)

Investigar possíveis casos autóctones de leishmaniose visceral canina (LVC) no município de Nhamundá, Amazonas.

Material e Métodos

Realizou-se inquérito sorológico em 146 cães com Teste Rápido Imunocromático (Kit TR DPP® LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA - Bio Manguinho) e caracterização de Leishmania sp pela técnica de qPCR a partir de amostras de pele, medula óssea e linfonodos dos cães positivos nos Testes Rápidos. Foram realizados também levantamento entomológico com utilização de armadilhas do tipo CDC nas áreas urbana e rurais.

Resultados e Conclusão

Dos 146 cães testados sorologicamente, 10 (6,8%) apresentaram diagnóstico positivo para L. i. chagasi, e desses, 9 foram confirmados pela técnica de qPCR. Até o momento, foram encontradas os flebotomíneos Trichophoromyia gibba e Sciopemya sordellii. A soroprevalência (6,7%) encontrada neste estudo é similar às de muitas áreas reconhecidamente endêmicas para LVC. Contudo, essas prevalências variam demasiadamente (21% a 75%) de região para região (Bahia, Maranhão, Rio de Janeiro e Minas Gerais), e mesmo entre áreas rurais e urbanas. Fatores como fluxo de animais entre áreas endêmicas e não endêmicas de LVC pode contribuir para a sua difusão. Nesse estudo, constatou-se que os cães avaliados frequentaram áreas rurais como sítios e fazendas, inclusive no município vizinho, Faro no Pará, que já registrou em 2014 um caso de LV autóctone em humanos. No momento, não é possível confirmar a autoctonia de LVC em Nhamundá, tendo em vista a ausência de L. longipalpis e L. cruzi, e pela possibilidade desses cães terem se infectado no município vizinho. Destaca-se, no entanto, a importância da continuidade da investigação entomológica e monitoramento adequado dos cães, além do maior controle desta enfermidade já que alguns desses animais estão em ambientes de recreação pública.

Palavras-chave

Calazar, Phlebotominae, Amazônia

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

DEUGLES PINHEIRO CARDOSO, RONILDO BAIATONE ALENCAR, ERICA CRISTINA SILVA CHAGAS, CÍNTIA SILVA MARQUES, RAYNNER NEUBER GAMA SERRÃO, ELDER AUGUSTO GUIMARÃES FIGUEIRA, ARTHUR AUGUSTO VELHO MENDES JÚNIOR, DANIEL BARROS CASTRO, TATYANA COSTA AMORIM RAMOS