Dados do Trabalho


Título

Acurácia do exame clínico no diagnóstico de amigdalite viral usando metagenômica como padrão-ouro

Objetivo (s)

Avaliar a acurácia do exame clínico no diagnóstico da amigdalite viral aguda, utilizando o sequenciamento metagenômico como padrão ouro.

Material e Métodos

Estudo de corte transversal com suspeitos de infecção viral e bacteriana atendidos na emergência de otorrinolaringologia, do Hospital Santa Izabel (Salvador-Ba), entre agosto (2019) e janeiro (2020). Inclusão: idade 14-59 anos, 1-7 dias desde início dos sintomas; exclusão: uso de antimicrobianos, anti-inflamatórios esteroidais e não esteroidais, imunossupressores e doenças cardíaca, neurológica, renal e hepática. Um questionário estruturado foi utilizado para avaliação clínica, seguido de coleta de três amostras de swab de amígdala para sequenciamento, utilizando o Illumina RNA Prep, com enriquecimento e painel de ID/AMR para patógenos respiratórios. Amostra de cinco saudáveis foram incluídas como controles. A distribuição das variáveis foram avaliadas pelo teste de Kolmogorov Smirnov, sendo as variáveis categóricas expressas pelas frequências relativas e absolutas e as contínuas por mediana e intervalo interquartil (IIQ). Foram calculadas a sensibilidade, especificidade e acurácia do exame clínico em relação à metagenômica (IC95%).

Resultados e Conclusão

Foram avaliados 197 pacientes com queixa de odinofagia, sendo que 156 não preenchiam os critérios de inclusão. Dos 41 incluídos, 31 tinham suspeita de amigdalite viral e 10 bacteriana. Nas suspeitas virais, foram registrados febre (22,6%), obstrução nasal (84%), secreção (61%), tosse (58%) e exsudato amigdaliano (19,4%), sem sintomas gastrointestinais; nos bacterianos, nódulos cervicais, febre, exsudato amigdaliano e secreção nasal estavam presentes em 70%, 60%, 50% e 10%, respectivamente, sem obstrução nasal. A presença de vírus foi confirmada em apenas 13/31 (41%) com suspeita de infecção viral e em 3/10 (30%) bacterianos. O exame clínico apresentou sensibilidade de 81% e especificidade de 28%, com acurácia de 49%. Identificamos oito espécies de vírus, sendo os mais frequentes Rhinovírus C, Rhinovírus A e Enterovirus B. O exame clínico teve eficácia limitada na detecção de amigdalite viral. A baixa especificidade pode levar a tratamento inadequado, aumentando o risco de complicações. O sequenciamento metagenômico de nova geração é útil para definir os agentes infecciosos em estudos de desenvolvimento de escores de diagnóstico clínico.

Palavras-chave

Amigdalite aguda. Infecção viral. Diagnóstico clínico. Metagenômica. Patógenos respiratórios.

Agradecimentos

Capes

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Paula Milena Melo Casais-Moreira, Laíse Eduarda Paixão de Moraes, Mariana May Cedro, Nilvano Alves de Andrade, Aldina Barral, Manoel Barral-Netto, Antonio Ricardo Khouri Cunha, Viviane Sampaio Boaventura