Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DA ESQUISTOSSOMOSE E GEO-HELMINTÍASES EM CAMPO: ALBENDAZOL AINDA DEVE SER INDICADO PARA Trichuris trichiura?

Introdução

A esquistossomose e as geo-helmintíases afetam mais de um bilhão de pessoas no mundo. O tratamento é feito com praziquantel (esquistossomose), albendazol ou mebendazol (geo-helmintíases). A OMS objetiva a eliminação destas doenças como problema de saúde pública até 2030 nos países endêmicos, mas são necessários conhecimentos sobre a interação entre o tratamento e a reinfecção nestas doenças.

Objetivo (s)

Avaliar a dinâmica da infecção e reinfecção do S. mansoni, A. lumbricoides e T. trichiura em uma população endêmica no interior da Bahia.

Material e Métodos

Trata-se de uma coorte onde habitantes de três vilarejos da zona rural do município de Conde foram acompanhados por um ano após tratamento com albendazol e praziquantel, com coleta de amostras de fezes antes (D0), um (D30), seis (D180) e doze (D360) meses após o tratamento, e avaliadas por meio do método Kato-Katz.

Resultados e Conclusão

Dos 340 indivíduos do D0, 55,59%, 53,82% e 40,29% apresentavam ovos de S. mansoni (Sm), A. lumbricoides (Al) e T. trichiura (Tt), respectivamente. Nos 232 avaliados do D30, identificamos ovos de Sm, Al e Tt em 3,02%, 7,33%, 52,59%, respectivamente. Em 5,48%, 15,07% e 47,95% dos 146 incluídos no D180 e 16,51%, 30,28% e 53,21% dos 109 indivíduos do D360 identificamos ovos de Sm, Al e Tt. Observamos que 30 dias após o tratamento, houve redução na mediana da carga parasitária do Sm de 36 (12–108) para 12 (12–24) opg, mantendo-se em 12 (12–30) e 12 (12–60) opg no D180 e D360, respectivamente. Em relação ao Al, também foi observada redução na mediana da carga parasitária após o tratamento, de 7542 (1452-24810) para 6912 (2412–17778) opg, no D180 e D360 [2412 (564–9435) e 2832 (1152–8160) opg, respectivamente]. Em relação a Tt, apesar da positividade elevada após o tratamento, houve uma redução de mais de 30% na mediana da carga parasitária de 420 (120–1236) para 288 (96–927) opg, enquanto no D180 e D360 foram observados 390 (183–1122) e 324 (84–912) opg, respectivamente. Concluímos que o tratamento com Praziquantel foi eficaz em reduzir a positividade para S. mansoni, assim como o Albendazol para A. lumbricoides, contudo, não foi eficiente para reduzir a positividade para T. trichiura com uma falha terapêutica acima de 50%. Assim, a substituição do Albendazol para tratar o T. trichiura deve ser considerada para obter-se uma intervenção terapêutica mais eficaz.

Palavras-chave

Parasitologia, Esquistossomose, Trichuris trichiura, Geo-helmintíases

Agradecimentos

FIOCRUZ IGM PIAP 001/2017; FIOCRUZ IGM-002-FIO-20-2-24; FIOCRUZ VPPCB-007-FIO-18-2-87; CNPq 433141/2018-2

Área

Eixo 07 | Helmintíases

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Ronald Alves dos Santos, Kelvin Edson Marques de Jesus, Thairone Moura da Silva, Michael Nascimento Macedo, Thainá Rodrigues de Souza Fialho, Bruna Souza Santos Oliveira, Ane Caroline Casaes, Bernardo Gratival Gouveia Costa, Marcos Vinícius Lima de Oliveira Francisco, Isadora Cristina de Siqueira, Ricardo Riccio Oliveira