Dados do Trabalho
Título
HANSENÍASE NOS MUNICÍPIOS DE ANAGÉ E TREMEDAL, SUDOESTE DA BAHIA: PREVALÊNCIA E PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO EM 2019
Introdução
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, curável, causada por Mycobacterium leprae. Seus efeitos ultrapassam a dimensão biomédica, incorporando aspectos sociais, econômicos e psicológicos, altamente relacionados a estigma e preconceito. É considerada doença tropical negligenciada que se mantém com elevada magnitude no Brasil em contextos de maior vulnerabilidade social, inclusive na Bahia.
Objetivo (s)
Analisar a estimativa da prevalência e o perfil sociodemográfico e clínico-epidemiológico de pessoas acometidas pela hanseníase nos municípios de Anagé e Tremedal, Sudoeste do estado da Bahia em 2019.
Material e Métodos
Estudo transversal, de naturezas descritiva e analítica a partir de inquérito sorológico e clínico-epidemiológico inserido no projeto IntegraDTNs-BA, para análise da hanseníase e conduzido em 2019. Foram utilizados dados primários dos contatos intra e extradomiciliares, dos municípios de Anagé e Tremedal no Sudoeste do estado da Bahia a partir de pessoas com hanseníase e ou com doença de Chagas, e tendo como base abordagens de unidades domiciliares.
Resultados e Conclusão
Foram avaliadas 460 pessoas em 208 unidades domiciliares, 100 (48%) do município de Anagé e 108 (52%) do município de Tremedal. Foram diagnosticados 7 novos casos de hanseníase (prevalência estimada 7/460, 1,52% [IC 95% 0,40-2,64%]), todos em Anagé – considerando-se apenas o município, prevalência de 7/234, 2,99% (IC 95% 0,81-5,17%). Destes, três (42,9%) casos não eram contatos ou coabitantes, 2 (28,6%) eram contatos intradomiciliares de caso de hanseníase, 1 (14,3%) era contato extradomiciliar e 1 (14,3%) era coabitante. Três (42,9%) casos tinham classificação operacional multibacilar e quatro (57,1%) paucibacilar. Cinco (71,4%) pessoas eram do sexo feminino, com média de idade de 34 anos. Dois (28,6%) CN eram em crianças com menos de 15 anos de idade. Incluindo os casos já existentes nos territórios analisados, foi possível avaliar 85 casos de hanseníase (41 em Anagé e 44 em Tremedal), 8 (9,5%) com episódios reacionais hansênicos. Os resultados no município de Anagé em 2019, ampliaram a taxa de detecção de 10,56 para 36,96 elevando o município para o nível de muita alta endemicidade. Conclusão: A hanseníase mantém-se como problema de saúde pública nos municípios analisados no Sudoeste da Bahia, sinalizando endemia oculta e transmissão ativa nos territórios. O contexto de vulnerabilidade social é reforçado, demandando ações intersetoriais para controle.
Palavras-chave
Hanseníase; Prevalência; Epidemiologia.
Agradecimentos
Programa Pesquisa Para o SUS-PPSUS
Área
Eixo 13 | Tuberculose e Outras Micobactérias
Categoria
Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado
Autores
Gabriela Soledad Mardero Garcia, Kaic Santos Pereira, Mariana Souza Santos Macedo, Kênia Rocha Santos, Raily Jesus Oliveira, Herbert Luan Pereira Campos Santos, Hildebrando Antunes Neto, Monique Dutra Fonseca Grijó, Roselly Andrade, Eliana Amorim Souza, Alberto Novaes Ramos Jr