Dados do Trabalho


Título

DIFICULDADES DE SONO ASSOCIADA À DISFUNÇÃO OLFATIVA EM PACIENTES COM COVID LONGA.

Introdução

A COVID longa é definida pela presença de sinais e sintomas que persistem por mais de 4 semanas durante ou após a COVID-19, e que não podem ser atribuídos a um diagnóstico alternativo. Os distúrbios de sono estão entre os sintomas neurológicos mais prevalentes na COVID Longa.

Objetivo (s)

Verificar a associação entre a frequência de distúrbios de sono e disfunções olfativas persistentes em pacientes de COVID Longa.

Material e Métodos

Estudo transversal constituído de uma amostra de 131 pacientes acompanhados pelo Programa de COVID longa da Universidade do Estado do Pará, no período de novembro de 2020 e outubro de 2022. Todos os participantes foram avaliados por uma equipe multidisplinar para coleta dos dados sócio demográficos e clínicos, e avaliados pelos instrumentos padronizados Chemosensory Clinical Research Center (CCRC) para o teste de olfato e o Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) para o teste de qualidade de sono.

Resultados e Conclusão

Do total de 131 pacientes com má qualidade do sono, n=114(89,06%) apresentaram má qualidade de sono (PSQI> 5) e destes n=77(60,15%) apresentaram dificuldades severas para dormir, principalmente mulheres n=100(76,3%), 44,04 ± 12,73 anos de idade, com mais de 12 anos de estudo n=122(93,1%) e renda mensal de até US$ 240,00 n=71(54,2%). Disfunção olfativa foi observada em n=82(62%), p-valor 0,0005. Em uma análise de regressão logística, a disfunção olfativa [2,20 (1,19–4,07), p  = 0,01] foi associada a má qualidade de sono. O grupo com dificuldades severas para dormir (PSQI>10) dormiu menos horas por noite (4,92 ± 1,22/6,34 ± 1,31, p = 0,000), teve uma alta frequência de uso de medicação [ 38 (48%)/4 (7,7), p  = 0,000] e menos entusiasmo para fazer as coisas [75 (95%)/35 (67,3), p = 0,000]. Uma alta prevalência de indivíduos com má qualidade do sono persistente foi observada nesta coorte, associada com a disfunção olfativa. Os resultados destacam a necessidade de continuar monitorando a taxa de sobreposição destes dois sintomas em indivíduos com COVID Longa. Além disso, ensaios clínicos e estudos longitudinais são recomendados para verificar a eficácia de possíveis tratamentos e o risco postulado de aumento de distúrbios neurodegenerativos nessa população.

Palavras-chave

COVID-19; Disfunção Olfativa; Qualidade do Sono.

Agradecimentos

Este estudo foi financiado pela Fundação Amazônia Paraense de Amparo a Estudos e Pesquisa (FAPESPA; nº 006/2020) e Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (SECTET; nº 09/2021).

Área

Eixo 09 | COVID-19

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

ALNA CAROLINA MENDES PARANHOS, BEATRIZ FREITAS LAUNÉ, CLEIZIANE LIMA DE OLIVEIRA, CINTIA DE SOUSA REIS, MICHELY CAROLINE NASCIMENTO MENDES, APIO RICARDO NAZARETH DIAS, GISELE VIEIRA HENNEMANN KOURY, LIDIANE PALHETA MIRANDA DOS SANTOS, JUAREZ ANTÔNIO SIMÕES QUARESMA, LUIZ FABIO MAGNO FALCÃO, GIVAGO SILVA SOUZA