Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS EM INDIVÍDUOS COM COVID-19 GRAVE EM MANAUS 2 ANOS APÓS HOSPITALIZAÇÃO

Introdução

A pandemia da Covid-19 foi responsável por mais de 700 milhões de casos e 6 milhões de óbitos mundialmente. Os impactos da pandemia, contudo, vão além do período sintomático, e incluem as sequelas físicas e psicológicas como fadiga, mal-estar pós-esforço, dispneia e confusão mental, além do luto por entes queridos e a exposição à situação traumática, que podem se tornar debilitantes e impeditivos de retorno às atividades de vida-diária, que podem perdurar por meses e anos. Nesse cenário, é essencial compreender as alterações psicológicas nesta população.

Objetivo (s)

Dessa forma, o estudo tem o objetivo de calcular a prevalência de quadros de estresse, ansiedade e depressão em pacientes que contraíram Covid19 na primeira onda da doença, entre março e maio de 2020, na cidade de Manaus, Amazonas.

Material e Métodos

Foram incluídas pessoas de ambos os sexos, com idade maior ou igual a 18 anos, que fizeram parte de pesquisas que avaliaram a eficácia de medicamentos (Metilprednisolona e Difosfato de Cloroquina) na redução da letalidade da doença, sendo realizadas entre março e maio de 2020, na cidade de Manaus. O quadro de Covid-19 foi confirmado por histórico clínico de sintomas (Febre, tosse seca, taxa de respiração > 24 rpm ou frequência cardíaca > 125 bpm, SpO2 ≤ 94%, alterações radiológicas), com confirmação posterior por teste RT-PCR. O recrutamento ocorreu por meio de ligações telefônicas, sendo contactados 169 participantes com taxa de aceitação de 45%. A avaliação foi realizada com a escala de depressão, ansiedade e estresse (DASS-21), utilizando as normas de classificação apresentadas em sua validação brasileira.

Resultados e Conclusão

Foram entrevistados 77 pacientes, em sua maioria mulheres (55%) pardas (73%), com idade média de 54 anos (DP:14), com ensino médio completo (53%) e renda salarial entre 1 e 3 salários-mínimos (68%). A prevalência de ansiedade foi de 35%, de estresse 30% e depressão 31%. Ao unir os quadros, 27% da amostra apresentou ansiedade e depressão, 23% apresentaram ansiedade e estresse, 21% apresentaram estresse e depressão, e 19% apresentaram os três quadros concomitantemente. Tais achados, dois anos após a infecção, indicam a possibilidade de os efeitos da pandemia serem mais extensos do que se imagina, impactando de forma profunda a vida e a rotina de pessoas acometidas pela doença.

Palavras-chave

Covid19; Estresse; Ansiedade; Depressão.

Agradecimentos

Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas - FAPEAM.

Área

Eixo 09 | COVID-19

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

JADY SHAYENNE MOTA CORDEIRO, GABRIEL SANTOS MOUTA, ALEX BEZERRA SILVA MACIEL, ARLENE SANTOS PINTO, FERNANDO FONSECA ALMEIDA VAL, VANDERSON SOUZA SAMPAIO