Dados do Trabalho


Título

CARACTERIZAÇÃO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA E LABORATORIAL DE INDIVÍDUOS COM ARBOVIROSES, ATENDIDOS EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DE FORTALEZA-CE: ACHADOS PRELIMINARES DE UMA COORTE PROSPECTIVA

Objetivo (s)

Caracterizar o perfil clínico-epidemiológico e laboratorial de indivíduos com arboviroses, acompanhados em uma coorte prospectiva de Chikungunya.

Material e Métodos

Foram incluídos casos suspeitos de arboviroses, atendidos em uma Unidade de Saúde de Fortaleza-CE, de março de 2020 a junho de 2023. Na visita inicial (D0), foram obtidos dados sociodemográficos, fatores de risco/comorbidades, sinais e sintomas, e histórico de vacinação, além de amostras de sangue e urina. Na visita seguinte (D10), os indivíduos foram submetidos à nova coleta de amostras, sendo o plasma utilizado para confirmação laboratorial da Chikungunya pelo LACEN-CE. Os casos positivos da doença foram seguidos na coorte, com novas visitas programadas (D21, D90, D120, D180 e D360).

Resultados e Conclusão

Foram investigados 95 casos suspeitos de arboviroses, com média de idade de 41,3 anos. Houve maior prevalência de indivíduos do sexo feminino (64,1%), autodeclarados pardos (58,7%), solteiros (47,8%), com ensino médio completo (42,4%). Dentre os fatores de risco/comorbidades, destacaram-se hipertensão (20,1%) e doenças reumatológicas (14,2%). 25% dos indivíduos tiveram Dengue previamente e 9% relataram Zika, enquanto que 18,3% foram vacinados contra febre amarela. Em D0, a sintomatologia mais prevalente foi febre (90,4%), artralgia (86,2%), cefaleia (80,9%), fadiga (78,9%), e edema (67%). 66 participantes foram positivos para Chikungunya por ensaio imunoenzimático para IgM, sendo elegíveis para seguimento na coorte. Sobre a sintomatologia nas demais visitas, em D21 (n=43) a mais prevalente foi artralgia (79,1%), edema (55,5%), cefaleia (39,5%) e fadiga (34,9%). Em D90 (n=41) a mais presente foi artralgia (65,9%), edema (53,5%), insônia e fadiga (34,1% cada). Em D120 (n=42) a mais predominante foi artralgia (65,9%), edema (46,3%), insônia (34,1%) e cefaleia (31,7%). Em D180 (n=41) a mais frequente foi artralgia (53,7%), edema e cefaleia (39% cada), lombalgia, insônia e alopecia (29,3% cada). Até junho de 2023, 16 participantes completaram 1 ano de seguimento (D360), os quais relataram especialmente artralgia (50%), alopecia (43,8%), cefaleia, alteração de memória e edema (37,5% cada) e fadiga (31,3%). Estes resultados preliminares são relevantes para compreender a história natural e evolução da Chikungunya, fornecendo evidências e ferramentas que auxiliem no fortalecimento dos sistemas de vigilância em saúde, para responder de modo eficiente aos relevantes impactos decorrentes desta doença.

Palavras-chave

CHIKV. Artralgia. Coorte. Epidemiologia.

Área

Eixo 08 | Arboviroses

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

THIAGO NOBRE GOMES, FRANCISCA KALLINE DE ALMEIDA BARRETO, THYAGO HENRIQUE PEREIRA DOS SANTOS, FERNANDA KÉZIA DE SOUSA SILVA, FERNANDA NÍVIAN BRITO DA SILVA, BRENA FERREIRA DOS SANTOS, JOBSON LOPES DE OLIVEIRA, IZABEL LETÍCIA CAVALCANTE RAMALHO, LUCIANO PAMPLONA DE GÓES CAVALCANTI