Dados do Trabalho


Título

Inquérito Nacional de Cobertura vacinal (ICV) em crianças nascidas em 2017 e 2018: perspectivas nos municípios de Fortaleza e Sobral, Ceará

Introdução

Objetivo (s)

Estimar a cobertura vacinal aos 12 meses, aos 18 meses e aos 24 meses de idade e a hesitação vacinal nos municípios de Fortaleza e Sobral, Ceará.

Material e Métodos

Coorte retrospectiva a partir do inquérito de cobertura vacinal em nascidos vivos de 2017–2018. A população do estudo foi composta por 2.258 crianças (Fortaleza: 1.808; e Sobral: 450), selecionadas via Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) e georreferenciada em setores censitários segundo estrato socioeconômico para constituição de conglomerados. A partir de visitas domiciliares, aplicou-se instrumento com dados sociodemográficos, econômicos e de registro das imunizações, além da hesitação vacinal.

Resultados e Conclusão

Houve maior frequência de crianças do sexo masculino (Fortaleza: 54,4%; Sobral: 60,5%), de raça/cor parda (Fortaleza: 57,6%; Sobral: 66,8%) e usuárias de creches (Fortaleza: 46,6%; Sobral: 78,2%). A cobertura vacinal completa aos 24 meses foi de 54,0% (Intervalo de Confiança [IC] 95% 47,4–60,5), em Fortaleza, e 57,7% (IC95% 46,8–67,9) em Sobral. A vacina Tríplice viral - 2ª dose, com 76,7% (IC95% 67,5–84,0) e a vacina Varicela (81,7%, IC95% 73,2%-88,0%) apresentaram, respectivamente, as menores coberturas nos municípios de Fortaleza e Sobral. Houve uma percepção favorável acerca da necessidade (Fortaleza: 87,2%; Sobral: 98,0%) e importância das vacinas (Fortaleza: 99,5%; Sobral: 98,5%), inclusive para a proteção coletiva (Fortaleza e Sobral: acima de 99,0%), além de confiabilidade (Fortaleza: 98,4%; Sobral: 94,7%). Entretanto, há perspectiva de que vacinas geram reações adversas graves (Fortaleza: 84,8%; Sobral: 80,7%). Em Fortaleza, 2,1% e 1,3% relataram dificuldades de levar a criança à unidade de saúde para ser vacinada. Mesmo levando a criança à unidade de saúde, 21,1% dos responsáveis em Fortaleza e 6,5% em Sobral relataram não ter conseguido vacinar a criança. A cobertura vacinal aos 12 meses, aos 18 meses e aos 24 meses de idade nos municípios de Fortaleza e Sobral ficou abaixo das metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. A análise da hesitação vacinal traz elementos significativos que devem ser trabalhados junto à sociedade. As evidências deste estudo contribuem e oportunizam à gestão pública em saúde informações imprescindíveis e estratégicas ao planejamento de ações mais custo-efetivas e participativas com vistas ao alcance das metas vinculadas a estes indicadores, que refletem diretamente as condições de saúde, especialmente da população infantil.

Palavras-chave

Cobertura vacinal. Hesitação vacinal. Inquérito.

Agradecimentos

Área

Eixo 05 | Imunizações/ Saúde do viajante

Autores

Adjoane Maurício Silva Maciel, Anderson Fuentes Ferreira , Jaqueline Caracas Barbosa , Ana Paula França , José Cássio de Moraes , Alberto Novaes Ramos Jr.