Dados do Trabalho
Título
CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO DA COVID-19 NO ESTADO DO CEARÁ, NO PERÍODO 2020-2023
Objetivo (s)
Descrever o cenário epidemiológico da COVID-19 no Ceará, de março de 2020 a maio de 2023.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem retrospectiva de casos da doença, a partir de dados registrados no IntegraSUS e em Boletins Epidemiológicos da Secretaria de Saúde Estadual.
Resultados e Conclusão
Neste período notificaram-se 3.571.950 casos de COVID-19, dos quais 41,1% foram confirmados, sendo 42,9% em 2021, com maior prevalência em mulheres, de raça/cor parda, e idade entre 18-40 anos. Observou-se que a incidência dos casos foi maior em ambos os sexos, sendo > 80 anos em 2020, entre 35-44 anos em 2021 e 2022, e entre 70-75 anos em 2023. Dentre as doenças crônicas/comorbidades dos casos, destacaram-se doença vascular crônica e diabetes mellitus. Quanto à Síndrome Respiratória Aguda Grave em pacientes hospitalizados por COVID-19, notificou-se 160.283 casos, dos quais 64,9% foram ocasionados por SARS-CoV-2, com maior ocorrência em 2021. Confirmaram-se ainda 28.189 óbitos por COVID-19, sendo 52,1% em 2021, com maior prevalência em homens, com idade entre 70-89 anos. Sobre a situação por regional de saúde, a secretaria de Fortaleza confirmou a maior quantidade de casos e de óbitos por COVID-19. Com relação à vigilância laboratorial da doença, realizaram-se 4.791.295 exames, dos quais 32,4% foram positivos para COVID-19, sendo que em 2021 houve maior quantitativo e positividade. Quanto ao tipo de exame realizado, destacaram-se o RT-PCR e o teste rápido para antígeno, enquanto que em relação ao laboratório de realização, foram preponderantes os serviços de testagem rápida vinculados ao SUS, o LACEN-CE e a FIOCRUZ-CE. A vigilância genômica do SARS-CoV-2 no Ceará iniciou em janeiro de 2021, e em 8.446 amostras sequenciadas, foram detectadas as variantes: Ômicron (a mais prevalente), Gama, Delta, Mi, Alfa, além de linhagens ancestrais do vírus. Em 2022, 99,6% dos sequenciamentos foram positivos para a Ômicron, estando presente em 141 municípios, sendo 79,8% das amostras advindas de Fortaleza, com identificação de 2 sublinhagens: B.Q1 e B.E9. Ademais, em 2023 houve a detecção de 3 novas sublinhagens da Ômicron: XBB.1, XBB.1.5 e XBB.1.18.1. Os resultados em questão são relevantes para compreender a história natural e evolução da COVID-19 no Ceará desde seu início, fornecendo evidências e ferramentas que auxiliem no fortalecimento dos sistemas de vigilância em saúde, para responder de modo eficiente aos desafios da doença futuramente.
Palavras-chave
COVID-19. SARS-CoV-2. Epidemiologia. Saúde Pública.
Área
Eixo 09 | COVID-19
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
THIAGO NOBRE GOMES, MARIANA PRADO DO AMARAL