Dados do Trabalho

Título

AÇÃO EDUCATIVA E SABERES SOBRE A DOENÇA DE CHAGAS EM COMUNIDADE QUILOMBOLA NO ESTADO DO PARÁ

Introdução

A doença de Chagas (DCH), causada pelo Trypanosoma cruzi, é um grave problema de saúde pública no Brasil, especialmente na região norte. O protozoário causador pode ser transmitido de forma vetorial e por contaminação oral, através da ingestão de alimentos contaminados, como o açaí. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, o consumo de açaí aumenta 15% a cada ano no país, o que levanta preocupações sobre sua manipulação e ingestão. É crucial disseminar informações sobre o manejo adequado do fruto e adotar medidas preventivas para controlar a infecção.

Objetivo (s)

Realizar ações educativas e avaliar o conhecimento dos moradores sobre a doença de chagas e sua relação com o açaí em comunidade quilombola no estado do Pará.

Material e Métodos

A pesquisa foi realizada na Comunidade Quilombola de Pitimandeua, município de Inhangapi, Pará. Foram realizadas ação educativa, pesquisa através de questionários, com assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme determinação do Ministério da Saúde (Resolução CNS 466/2012). Foram coletados dados sobre a situação socioeconômica e os saberes dos participantes sobre a DCH como, formas de transmissão, prevenção, relação com o açaí e hábitos de consumo do açaí. Os dados foram analisados utilizando Microsoft Office Forms e Excel.

Resultados e Conclusão

Participaram da pesquisa 24 pessoas residentes do quilombo, onde 58,33% eram do sexo masculino e 41,66% do sexo feminino. A faixa etária variou de 18 a 86 anos. Com relação à escolaridade, 25% possuem ensino fundamental incompleto, 25% ensino médio completo e 20,83% cursando o ensino superior. Quanto aos animais de criação, predominam cães e galinhas, sendo 66,66% e 41,66% respectivamente. Todos os participantes afirmaram conhecer a DCH, sendo que 79,83% obtiveram conhecimento pela televisão. 45,83% receberam orientações sobre a doença, sendo que 29,16% delas foi por meio de palestras. Medidas de proteção, como o uso de inseticidas (75%), mosquiteiros (29,16%) e repelentes (25%), são adotadas nas residências. O consumo de açaí é feito por todos os moradores entrevistados, sendo que 33,33% consomem diariamente. 45,83% dos entrevistados obtém o açaí por produção própria. Esses resultados ressaltam a importância de fornecer informações sobre a DCH e sua relação com o consumo de açaí para a comunidade. São necessárias políticas públicas de esclarecimento voltadas para a educação da população no que diz respeito a prevenção da DCH, bem como promoção de saúde.

Palavras-chave

Doença de Chagas; Trypanosoma cruzi; açaí