Dados do Trabalho

Título

PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE HANSENÍASE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO ESTADO DO PARÁ NO PERÍODO DE 2012 A 2022

Introdução

A hanseníase é doença infectocontagiosa crônica associada ao bacilo Mycobacterium leprae e ainda persiste como um problema de saúde pública no Brasil. Apresenta um alto potencial incapacitante, principalmente quando atinge a infância ou adolescência por essas serem fases do crescimento e desenvolvimento humano. A hanseníase pode ser classificada tanto quanto a sua forma clínica (indeterminada, tuberculóide, dimorfa ou virchowiana) quanto a sua terapêutica (paucibacilar ou multibacilar).

Objetivo (s)

Analisar a perfil clínico e epidemiológico de hanseníase em crianças e adolescentes no estado do Pará no período de 2012 a 2022

Material e Métodos

Trata-se de um estudo observacional, transversal e com abordagem analítica quantitativa, desenvolvido por meio de pesquisa e interpretação dos casos confirmados de hanseníase no estado do Pará no período de 2012 a 2022. Foram utilizados os bancos de dados do Sistema Único de Saúde: Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A análise dos dados e o cálculo dos indicadores foram realizados através da plataforma Informações de Saúde (TABNET). Os dados foram tabulados considerando as seguintes variáveis: 1) Casos confirmados; 2) Faixa etária 0 a 14 anos; 3) Forma clínica; 4) Forma Terapêutica.

Resultados e Conclusão

De acordo com os dados obtidos, durante o período de 2012 a 2022, foram confirmados 36.918 casos de hanseníase no estado do Pará, onde 3.354 foram identificados em crianças e adolescentes na faixa etária de 0 a 14 anos. Dentro dessa mesma faixa etária, se observou as formas clínicas dos casos confirmados, dimorfa 45,6% (1.530), indeterminada com 29% (972), tuberculóide 15,5% (521), virchowiana 6,4% (214), não classificada 2% (68) e ignorado/branco 1,5% (49), e a classificação terapêutica, onde 55% (1.845) foram multibacilar e 45% (1.509) foram paubacilar. As formas multibacilares são a dimorfa e a virchowiana, consideradas as mais graves e que possuem um potencial lesivo maior. Essas formas apresentam uma alta carga bacilar, e a presença delas em crianças e adolescentes é um indicativo de diagnóstico tardio. Diante desse quadro, é importante que ocorra ações em saúde no cuidado a crianças e adolescentes com hanseníase, na finalidade de diminuir a cadeia de transmissão e, consequentemente, a elevada endemicidade da doença no país.

Palavras-chave

Infectocontagiosa, Carga Bacilar, Mycobacterium leprae.